O mercado de trabalho brasileiro abriu 9.821 novos postos em junho,
variação de 0,03% em relação ao mês anterior. Essa é a terceira expansão
consecutiva e a quarta registrada no ano, segundo informações do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do
Trabalho e Emprego, divulgadas ontem (17).
Para o ministro do Trabalho e Emprego, Ronaldo Nogueira, os dados mostram que “a economia dá sinais de recuperação”.
“É
melhor que seja gradual, em patamares menores, do que termos uma bolha.
Isso nos dá a sinalização de que a economia se recupera de forma
positiva”, afirmou.
O resultado do Caged é resultado da diferença
de 1.181.930 admissões e 1.172.109 demissões. No acumulado do ano, o
saldo alcançou 67.358 vagas de emprego abertas. No mesmo período do ano
passado, o saldo foi negativo, com 531.765 postos de trabalho fechados a
mais que abertos. O resultado acumulado nos últimos 12 meses ainda
aponta uma redução de 749.060 postos de trabalho.
“Nós
gostaríamos de comemorar números melhores, mas o Brasil é um país que
tem especificidades e a economia é um conjunto de fatores – externos e
internos. O governo está cumprindo seu papel no sentido de dar sinais
para o mercado, com a aprovação de reformas. A expectativa é que se
mantenham os números positivos até o final do ano”, ressaltou Nogueira.
Setores
No
mês de junho, o saldo positivo do Caged foi impulsionado pela
agropecuária e pela Administração Pública. Em maio, foram gerados 36.827
novos postos de trabalho na agropecuária, repetindo o desempenho do
setor em maio, quando registrou um saldo positivo de 46.049 novas vagas.
O setor de produção de café repetiu o desempenho do mês de maio e foi
novamente o destaque do período, com 10.804 vagas abertas, concentras em
Minas Gerais.
A Administração Pública fechou o mês com a criação de 704 novas vagas de emprego, um aumento de 0,08%.
Já
os demais setores tiveram saldo negativo de emprego, com mais
fechamentos de vagas que aberturas, como a construção civil (redução de
8.963 postos de trabalho), indústria de transformação (redução de 7.887
postos), serviços (redução de 7.273 postos) e comércio (com o fechamento
de 2.747 vagas de trabalho).
Segundo o ministro, no caso da construção civil, o setor deve retomar a geração de empregos nos próximos meses.
“Não
é possível que a construção civil se perpetue todos os meses
apresentando números negativos. Construção civil para gerar emprego
demora, tem a fase dos projetos, das licenças, das organizações das
plantas de construção, isso leva de seis a oito meses. Todos os setores
que apresentaram números negativos, quando se faz o comparativo com ano
passado, os números são muito menores”, comparou.
Desempenho regional
O
desempenho do emprego com carteira assinada foi liderado pela Região
Sudeste, com a criação de 9.273 novos postos de trabalho, puxado por
Minas Gerais, favorecido pela agropecuária e serviços, com saldo
positivo de 15.445 vagas criadas. A Região Centro-Oeste abriu 8.340
vagas, impulsionada por Mato Grosso, principalmente por setores como a
agropecuária, comércio, serviços, construção civil e indústria da
transformação. Goiás também teve expansão com a criação de 4.975 novos
postos de trabalho, refletindo o setor de indústria da transformação,
serviços e construção civil.
Reforma Trabalhista
A
expectativa do governo federal é a geração de 2 milhões de postos de
trabalhos nos próximos dois anos. A previsão, segundo Nogueira, será
conduzida por atividades que utilizam contrato com jornada parcial,
trabalho intermitente e home office – quando o trabalhador exerce suas
atividades de casa ou em outro local fora da empresa.
“O governo
tem tomado medidas concretas. Ordenou as suas despesas, isso é um sinal
muito importante para o mercado. O segundo sinal é a segurança jurídica:
através da reforma trabalhista se sinaliza para o empregador não ficar
com medo de contratar.”
Fonte: Agência Brasil
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