O presidente Michel Temer antecipou ontem (8) que R$ 7 bilhões
referentes ao lucro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
serão distribuídos entre os trabalhadores. O anúncio oficial deve
ocorrer na quinta-feira (10).
De acordo com o presidente da Caixa
Econômica Federal, Gilberto Occhi, o valor equivale a 50% do lucro
líquido do fundo em 2016. Será depositado para os trabalhadores com
conta no FGTS até 31 de dezembro do ano anterior. "Essa é a regra. Isso
vai para a conta das pessoas e nós iremos pagar àqueles que tiverem
direito a fazer o saque”, disse.
Segundo Occhi, os dividendos
serão distribuídos até o dia 31 de agosto. Ele acrescentou que os
detalhes – como índice a ser utilizado, valores, quais trabalhadores
terão o benefício e quem poderá sacar – serão anunciados pelo presidente
na quinta-feira.
“Ainda temos que fechar o balanço do fundo de
garantia, será fechado essa semana e a Caixa vai estar preparando toda
essa distribuição dos dividendos ao trabalhador. O que muda é que pela
primeira vez há uma distribuição dos lucros do FGTS”, finalizou Occhi.
Antes, todo o lucro do fundo ficava para os cofres públicos.
A Caixa Econômica Federal lançou nesta terça-feira uma linha de
crédito destinada ao setor empresarial para financiar produção de
loteamento urbano. Esta é a primeira linha de crédito do país criada
para o setor e terá orçamento de R$ 1,5 bilhão para contratação.
Empresas urbanizadoras ou loteadoras com faturamento fiscal anual
superior a R$ 15 milhões podem acessar o crédito, chamado de Produlote.
O
presidente Michel Temer esteve presente no evento de lançamento, que
ocorreu na sede do Secovi, na capital paulista, e disse que a linha de
crédito é uma antiga demanda. “Um anseio do passado foi concretizado no
nosso governo. Muitos outros anseios, por exemplo, da modernização da
legislação trabalhista é uma coisa que se falava há 20, 30 anos e
ninguém fazia. Nós fizemos em benefício do emprego, do trabalhador, do
empresariado”, disse.
O presidente da Caixa, Gilberto Occhi,
disse que há a expectativa de geração de 70 mil novos empregos a partir
do lançamento do crédito, que será disponibilizado para empresas de todo
o Brasil, mas com foco na área urbana. “Nós não vamos incentivar
construção destes empreendimentos em áreas mais afastadas do centro
urbano, porque queremos ter uma política de desenvolver um local em que
haja não só a infraestrutura urbana, mas também equipamentos – comércio,
saúde, segurança, escolas, universidades”, disse.
Depois que os
lotes já estiverem totalmente regularizados, os clientes (pessoa física)
poderão financiar também a aquisição de terreno e construção de moradia
própria. “Vamos exigir saneamento, água, pavimentação, energia
elétrica, toda a infraestrutura necessária para que uma pessoa possa
adquirir esse terreno e possa imediatamente, se for de interesse dela,
fazer a construção da sua moradia”, acrescentou.
Crise
Sobre
o cenário polítco após a divulgação das gravações feitas pelo
empresário Joesley Batista, o presidente Michel Temer disse que muitas
vezes as crises são produzidas e não vão paralisar o governo. “Tanto é
que a reforma trabalhista, a modernização trabalhista, foi aprovada
nesse período; as medidas provisórias, foram 12 ou 14 convertidas em lei
nesse período. Este ato que estamos praticando aqui [crédito para lotes
urbanos] foi produzido nesse período. O governo não vai parar, ninguém
vai paralisar o país por mais esforço que façam, por mais catastrofista
que sejam as suas falas, não vão parar o país”, disse.
Aumento de impostos
Em
discurso no evento, o presidente do Secovi-SP – o sindicato dos
empresários da habitação de São Paulo –, Flávio Amary, pediu que Temer
não aumente os impostos. Ao citar ações do governo federal como planos
de demissões voluntárias, redução dos ministérios, lei das estatais, ele
disse, que para o setor produtivo, é importante que o foco seja “atacar
a despesa”.
“O apelo é que o foco continue na remissão das
despesas, que a gente não tenha notícias de aumento de impostos, que a
gente não traga mais dificuldade”, disse Amary. “Por favor, presidente,
continue com esse foco e não vamos falar de tributação daquilo, de lá ou
de acolá, e vamos tentar construir esse ajuste fiscal com foco na
despesa e não no aumento de receita”, acrescentou.
Fonte: EBC
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