A recente alta da inflação, que chegou a 0,57% em setembro, foi
atribuída principalmente aos efeitos da seca nos Estados Unidos sobre o
preço dos alimentos. Mas especialistas perceberam uma tendência mais
preocupante no resultado do IPCA (Índice Nacional de Preços ao
Consumidor).
A alta dos alimentos não é fenômeno isolado e
passageiro. Segundo alguns economistas, a pressão inflacionária está se
espalhando e atingindo um número cada vez maior de produtos e serviços.
Como a economia voltou a crescer, aumentou o risco de que a inflação
suba de patamar ou fique em um nível elevado por muito tempo - mesmo se
os preços dos alimentos caírem.
Em setembro, dois terços dos itens
que compõem o IPCA tiveram alta de preços, segundo cálculos da
Rosenberg Consultores. Esse é o maior resultado do índice de difusão -
disseminação de alta de preços - desde janeiro (69,01%). O índice de
difusão de setembro ficou acima do de agosto (65,48%) e da média mensal
desde janeiro de 2007 (63,56%).
Houve também maior disseminação da
inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe. Em
setembro, 462 itens respondiam por 38% da alta do IPC-Fipe e seis por
62%. Já na primeira quadrissemana deste mês, a fatia dos 462 itens foi
ampliada para 55% do índice.
"A trajetória de aumento do índice de
difusão no contexto atual de aceleração da atividade é preocupante",
diz a economista da Rosenberg Consultores, responsável pelo índice de
difusão, Priscila Godoy. Ela diz que a aceleração do IPCA, que saiu de
0,08% em junho para 0,57% em setembro, foi desencadeada pelo choque
pontual na oferta de produtos agrícolas provocado pela seca nos EUA. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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