A escassez de água afetará dois terços da população mundial em 2050
devido ao uso excessivo de recursos hídricos para a produção de
alimentos, alertou hoje (14) a Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO).
A informação está no relatório
Rumo a um futuro com segurança hídrica e alimentar, feito pela FAO e
apresentado hoje, no segundo dia do 7º Fórum Mundial da Água (FMA), que
ocorre em Daegu, na Coreia do Sul, até sexta-feira (17).
Atualmente,
cerca de 40% da população do planeta sofrem com a escassez de água, uma
proporção que aumentará até dois terços em 2050, alerta o documento.
Esse aumento será causado pelo consumo excessivo de água para a
produção de alimentos e para a agricultura. Segundo a FAO, atualmente há
regiões do planeta em que se utiliza mais água subterrânea do que a
armazenada de forma natural. O relatório cita, entre essas áreas, a Ásia
Meridional e Oriental, o Oriente Médio, a África do Norte e a América
do Norte e Central, acrescentando que em algumas regiões “a agricultura
intensiva, o desenvolvimento industrial e o crescimento urbano são os
responsáveis pela contaminação das fontes de água.
A FAO pediu
aos governos de todo o mundo que “atuem para assegurar que a produção
agrícola, pecuária e de peixes seja feita de forma sustentável e que
ajudem a preservar os recursos hídricos”.
“As seguranças
alimentar e hídrica estão estreitamente ligadas”, declarou o presidente
do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, ao apresentar o relatório.
Ele defendeu uma agricultura centrada na sustentabilidade mais do que na
rentabilidade imediata.
“Acreditamos que com o desenvolvimento
dos enfoques locais e os investimentos adequados, os líderes mundiais
podem assegurar que haverá volume suficiente, qualidade e acesso à água
para garantir a segurança alimentar em 2050 e mais além”, disse Braga.
De
acordo com o documento, em 2050 serão necessários 60% a mais de
alimentos no mundo, enquanto a agricultura continuará a ser o maior
consumidor de água.
Mesmo com o aumento da urbanização, em 2050
grande parte da população mundial continuará a ganhar a vida com a
agricultura, apesar de o setor ser afetado com a redução do volume de
água disponível devido à competição com as cidades e as indústrias.
Nesse
cenário, os agricultores e, sobretudo, os pequenos agricultores terão
de encontrar novos caminhos “por meioda tecnologia e das práticas de
gestão” para aumentar a produção, com disponibilidade limitada de terra e
de água, destaca o documento.
Fonte: Agência Brasil
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