Diante do orçamento mais
comprometido e do menor avanço da renda, os consumidores estão pensando
duas vezes antes de fazer a lista de supermercado. Bens que não são
essenciais estão sendo limados do roteiro de compras, o que tem
provocado baixa nas vendas do setor.
"As famílias estão cortando
os bens que não são essenciais da lista de supermercado. É a primeira
coisa que se faz quando se está com restrição orçamentária", comentou
Juliana Paiva Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e
Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em
março, as vendas de hipermercados, supermercados e produtos
alimentícios cederam 2,2% em relação a fevereiro. Na comparação com
igual mês de 2014, o recuo foi de 2,4%, segundo o IBGE.
Além do
menor avanço da renda, outros fatores têm afetado a decisão de compras
das famílias brasileiras. "Há um arrefecimento do consumo de forma
geral, mas algumas atividades têm sido mais impactadas do que outras. O
crédito está crescendo menos, assim como a renda, e a inflação está
elevada", disse Juliana.
Segundo
a gerente, um dos setores mais afetados pelo crédito é o de veículos,
cujas vendas cederam 4,6% em março ante fevereiro. "O segmento vinha
recebendo muitos incentivos do governo para as vendas, e agora há
redução do ritmo bem clara. Com a retirada do desconto no IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados), a conjuntura econômica desfavorável, a
restrição ao crédito e a menor renda, é normal que as famílias coloquem
o pé no freio no consumo desse bem", afirmou.
Juliana apontou que
o avanço do crédito com recursos livres desacelerou de 6,5% nos 12
meses até março do ano passado para 5,2% nos 12 meses até março deste
ano, de acordo com dados do Banco Central. "Isso provoca redução de
consumo de veículos e móveis e eletrodomésticos", disse. Em março, as
vendas de móveis e eletrodomésticos cederam 3,0% em relação a fevereiro.
Fonte: Estadão Conteúdo
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