segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Limites com dinheiro: seu filho precisa aprender a ouvir “não”

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Qual mãe nunca teve uma discussão com um filho pequeno que se recusava a ouvir um “não”? Aliás, seria sensato dizer que toda mãe, em algum momento, se vê às voltas tentando encontrar a melhor maneira de fazer uma criança entender a necessidade de aceitar o não. Afinal, tente imaginar como seria a vida da criança se você dissesse “sim” para tudo: Pode dormir na casa do amiguinho todos os dias, substituir o almoço por bala e chocolate, ter todos os brinquedos que deseja no mesmo dia em que são lançados e nenhum limite para nada na vida.
Trabalhar o “não” em casa não é somente uma questão de impedir que a criança torne-se mimada. É sobre criar limites e prepará-la para encarar a vida adulta futuramente de um modo maduro.
Dizer não ensina a viver melhor em sociedade
Há quem caia na cilada de imaginar que aceitar tudo que os filhos querem e pedem seja uma forma de aproximação, um facilitador para ganhar o apreço deles. O efeito colateral disso é ter que lidar com o risco da criança substituir os laços afetivos por valores materiais. Se você sempre diz sim a tudo, quando disser não pela primeira vez, obviamente, a reação será o estranhamento.
Em vez de trazer real proximidade, a criança passa a ver os pais como uma fonte de bens materiais, sejam guloseimas, brinquedos, passeios, etc. Diante da negativa, pensarão que estão sendo punidos e se sentirão no direito de ficarem ofendidos.
Antes de te enxergar como provedora, a criança precisa reconhecer e respeitar seu papel de educadora. Sendo assim, o pulso firme, apesar de muita gente achar difícil colocar em prática, é necessário.
Atentar para isso não se resume somente ao convívio familiar. Essas bases vão nortear a forma como seu filho irá lidar com o mundo. Na escolinha, uma criança que quer tudo para si e não sabe reconhecer limites, poderá ter sérios problemas de disciplina e desempenho, diante de uma postura mais austera com um professor.
Os relacionamentos de uma pessoa que não sabe conviver com o não também tendem a ser cheios de problemas. Mais adiante, pense na vida adulta e faça uma analogia com uma situação comum entre crianças: Quando seu orçamento aperta antes do mês acabar e você precisa pedir um adiantamento de salário,  no mês seguinte você recebe o salário integral? Isso simplesmente não acontece e você se vê obrigada a enxugar as contas para não ficar no vermelho. Pois bem, se quando adulta o adiantamento significa saber que o próximo salário virá mais magro, porque você cederia aos apelos do seu filho para adiantar a mesada e daria o dinheiro do mês seguinte integralmente? Qual o ensinamento disso?
Dar uma mesada não é simplesmente separar uma quantia de dinheiro para a criança periodicamente, é preciso observar como é a conduta dela para a organização financeira. O intuito é que ela aprenda, através de pequenas coisas no cotidiano, como deve cuidar do dinheiro.
Pode ser que a primeira mesada seja toda torrada na primeira semana com bobagens, mas se você negar dar mais dinheiro, isso vai servir como lição. Aos poucos, através dos próprios erros, a criança terá a noção de que precisa guardar parte do dinheiro para que ele dure o mês inteiro. Delegar algumas responsabilidades com essa grana também é fundamental, para que ela saiba diferenciar aquilo que é necessário daquilo que é supérfluo.
Isso será útil no futuro para que ela saiba administrar o dinheiro do primeiro salário, para sair de casa com boas noções de como administrar a própria grana, sem meter os pés pelas mãos assim que sair da proteção do lar familiar.
A experiência de educar é desafiadora. Pode ter certeza que diante de alguns “nãos” amargos na infância, seu filho irá chorar, fechar a cara, ficar emburrado por uns dias. É realmente duro, mas é preciso ter convicção de que este é um esforço necessário para trabalhar a formação da criança. Amar é educar, é ensinar valores e deixar que as dificuldades também ensinem. Quando estiver vacilante, lembre-se: a falta de limites é o principal obstáculo para a liberdade no futuro.
Fonte: Uol

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