Seis em cada dez mães não resistem ao apelo dos filhos quando o
assunto é comprar, indica pesquisa da Serviço de Proteção ao Crédito
(SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O estudo
observou a reação das mães, com filhos entre dois e 18 anos, na
aquisição de produtos supérfluos como brinquedos, roupas e doces.
De
acordo com o levantamento, o passeio num centro de compras ou
supermercado na companhia dos filhos estimula ainda mais o consumo.
Nessa situação, quatro em cada dez mães consultadas admitem gastar mais
que o planejado.
Rafaela Glória Peixoto, 35 anos, informou que tem
dificuldades para controlar as despesas quando está com a filha de 5
anos. “Ela só pede as bonecas mais caras quando a trago para o shopping. Por isso, evito. É difícil, porque, às vezes, ela até chora, faz birra e passo vexame.”
Isabella
Henriques é diretora do Instituto Alana, organização sem fins
lucrativos voltada à garantia da vivência plena da infância, e
coordenadora do Projeto Criança e Consumo. “Vivemos numa sociedade de
consumo e, hoje, o consumo tem mediado nossas relações, inclusive as de
afeto. Muitas vezes, as famílias, ao se depararem com pedidos das
crianças, têm dificuldades de negar [a compra], principalmente se elas
têm condições financeiras de arcar com o produto. Se ela não tem
condições é mais fácil. A criança acaba tendo de aceitar”, disse.
A
especialista afirmou que é necessário resistir aos apelos. “Os pais não
sabem como é importante dizer não. Sabemos, pela psicologia do
desenvolvimento, que é importante para a formação da autoestima da
criança ouvir o não. Isso para ela saber lidar com a frustração no
futuro, quando for adulta. Faz parte da educação. Isso é
importantíssimo”, acrescentou.
Marcelo Fonseca, 41 anos, consegue
controlar melhor os gastos quando está com o filho de 4 anos. “Só
compramos o que dá. Deixamos bem claro isso para ele, que só ganha
presente quando dá para fazer a compra.” Segundo a pesquisa, 67,3% dos
filhos aceitam estabelecer algum acordo antes de sair de casa, como
comprar só o combinado (em 18,6% dos casos) ou acordar um valor ou
quantidade previamente (48,7%).
Cláudia Brito, 40 anos, mãe de um
menino de 8 anos, também faz parte de uma minoria de mães ( 15,6%) que
só presenteiam os filhos em datas comemorativas.
“Meu filho sabe que só ganhará presente no aniversário ou no Natal. Se ele vem comigo para o shopping,
pode até escolher um brinquedo, mas só vai ganhar em uma dessas datas."
Conforme a pesquisa, 12,7% das mães dão presentes quando o filho cumpre
regras, tarefas e obrigações.
Fonte: Agência Brasil
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