quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Número de reclamações no Procon em 2015 já superam 2014


Image result for Número de reclamações no Procon em 2015 já superam 2014O número de pessoas que procurou o Procon em 2015 aumentou, segundo dados da  instituição. Até agosto deste ano foram realizados 19 mil atendimentos e durante todo o ano de 2014 foram 18 mil. As principais reclamações dos consumidores são cobranças abusivas.
Há seis meses, o motorista Francisco Chagas entrou com uma reclamação e agora ele está no período de conciliação. “Eu fiz um plano de saúde de R$ 406, quando a cobrança chegou veio o valor de R$ 525 e eu não posso pagar. Liguei para o vendedor e ele disse que ia lá em casa pra acertar o preço, mas nunca foi. Depois ele disse ‘Vocês podem dar parte de mim, que eu não vou não’. Aí vim no Procon. Eu ganho salario mínimo, não posso pagar um plano de saúde de R$ 525, porque tenho que comer, tenho que pagar contas", explica.
Assim, o nome do motorista Francisco Chagas foi parar no serviço de proteção ao crédito. "Os R$ 400, eu poderia pagar, porque dividia no meio, mas aí eles quiseram mais e eu não posso", justifica. 
Quando procurar o Procon
O diretor do Procon, Moisés Bendahan afirma que o número de cobranças em 2015 envolvendo todos os atendimentos. O número alcançou a marca de 19 mil reclamações até agosto de 2015 e a cobrança abusiva é o principal item, não só de instituições financeiras, mas também da maioria dos fornecedores e às vezes a má prestação de serviço dos serviços que são contratados e não são ofertados.
"Quando a pessoa chega, ela faz uma triagem: ela apresenta a documentação e recebe um protocolo, aí ela vai ser se foi feito algum entendimento com a instituição e depois disso vai para o atendimento. No atendimento é feita a reclamação e depois é mandada para a instituição esse atendimento com a queixa. A instituição tem 10 dias para responder. Depois disso, a pessoa volta para receber as explicações do estabelecimento, mas ele pode aceitar ou não. Se não aceitar, vai para a audiência de conciliação e com relação a tirar o nome do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), depende muito de cada caso, porque nem sempre o consumidor está certo. Na maioria das vezes sim, mas nem sempre. Se for o caso, antes mesmo da audiência, em até cinco dias úteis, que é o prazo legal, o nome é retirado", pontua.
Complicações
A quitação de dívidas pode ser simples, mas também pode ser um pouco complicada. Para
Márcia Cristina Bentes, professora universitária não foi fácil, ela tinha dois financiamentos com bancos públicos e na possibilidade de inadimplência tentou negociar com o banco uma parcela e não foi possível.
"Coloquei um imóvel a venda e ao consegui vender, coloquei o dinheiro na conta e recebi um recebi um recibo de quitação. Fiquei absolutamente tranquila. Depois de quatro dias o banco me procurou dizendo que não poderia aceitar uma das operações, que o dinheiro ia permanecer na conta, mas que não foi quitada nenhuma das operações . Eu acebei ficando em uma condição de inadimplente, fiquei com meu nome no SPC e também da minha fiadora", conta.
O advogado das relações do consumidor, Wilton Moreira diz que a hora de procurar o Procon é ao identificar uma cláusula abusiva e não só aquelas enumeradas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), mas qualquer outra, que manifeste desvantagem ao consumidor.
"Não precisa ter o seu direito lesado efetivamente, mas a iminência dele ser lesado já autoriza discutir judicialmente algumas cláusulas pra resguardar o seu direito previsto na lei e que está sendo violado no contrato", afirma.
Reduzindo custos
A estudante de publicidade Paula ganha R$ 788 e divide com a mãe todos os custos da casa, entre eles, aluguel no valor de R$ 300 e alimentação que chega a mais de R$ 536 por mês. No final das contas sobre pouco para ela.
“Tirando as outras contas que é o FIES, acho que eu fico com uns R$ 200 pra mim, pra comprar roupa, coisas que eu preciso pra mim", diz.
Para especialistas, a única maneira de lidar com a crise é evitando gastos, mas para quem ganha um salário mínimo essa orientação nem sempre é possível seguir. A aposentada Sandralina Vasconcelos vive com a irmã e dois sobrinhos, no bairro do Marco, em Belém, com seus R$788 ela paga alimentação, por volta de R$ 422 e R$ 475 do plano de saúde.
“Realmente não tem condições com este salário, porque o custo de vida está muito caro. Diante de tantas contas, a alternativa é economizar ainda mais dentro de casa. Eu economizo na água, na luz para que eu possa pagar minhas contas no fim do mês", conclui.
Fonte: Idec

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