terça-feira, 27 de outubro de 2015

Juro do cheque é o maior em 20 anos e do cartão supera 410% ao ano

Crédito (Foto: Rede Globo)
Taxa do cheque somou 263,7% ao ano em setembro, maior desde 1995.
Juro do cartão de crédito é maior da série, que começa em março de 2011. 

Os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cheque especial atingiram, em setembro, o maior patamar em 20 anos, ao mesmo tempo em que a taxa média cobrada pelas instituições financeiras no cartão de crédito rotativo superaram a marca dos 410% ao ano, segundo números divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira (27).
No caso do cheque especial, informou a autoridade monetária, os juros cobrados em setembro somaram 263,7% ao ano, o que representa um aumento de 10,5 pontos percentuais em relação ao patamar do mês anterior, quando estavam em 253,2% ao ano. É o maior patamar desde setembro de 1995, quando estavam em 271,4% ao ano, ainda de acordo com dados do BC.
Os juros cobrados pelos bancos nesta linha de crédito tiveram forte aumento nos últimos meses. No fim de 2013, estavam em 148,1% ao ano. O crescimento, portanto, foi de 115 pontos percentuais nos últimos 19 meses. Somente neste ano, a alta foi de 62,7 pontos percentuais, segundo informações da autoridade monetária.

Cartão de crédito
Já os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, a modalidade mais cara do mercado, voltaram a subir em setembro e atingiram a marca de 414,3% ao ano, informou o Banco Central. O patamar é o maior desde o início da série histórica, em março de 2011. O BC tem recomendado que os clientes bancários evitem essa linha de crédito.

Juntamente com o cheque especial, os juros do cartão de crédito rotativo são os mais caros do mercado. A recomendação de economistas é que os clientes bancários paguem toda a sua fatura do cartão no vencimento, não deixando saldo devedor, e que evitem também usar o cheque especial.

Alta dos juros básicos da economia
O aumento dos juros bancários acompanha a alta da taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para tentar conter as pressões inflacionárias.

A taxa subiu entre outubro do ano passado e setembro deste ano - avançando de 11% para 14,25% ao ano, uma alta de 3,25 pontos percentuais. Os números mostram que os bancos elevaram suas taxas de juros ao consumidor de maneira mais intensa.
Reportagem publicada recentemente pelo jornal norte-americano “The New York Times” diz que os juros praticados em algumas linhas de crédito no Brasil “fariam um agiota americano sentir vergonha”, citando os dos cartões de crédito.
Segundo um levantamento feito pela consultoria Economatica para a BBC Brasil, apesar da desaceleração econômica, a rentabilidade sobre patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no Brasil foi de 18,23% em 2014 – mais do que o dobro da rentabilidade dos bancos americanos (7,68%).

Consignado, crédito pessoal e veículos
No caso das operações de crédito pessoal para pessoas físicas (sem contar o consignado), de acordo com o Banco Central, a taxa média cobrada pelos bancos somou 118,3% ao ano em setembro, contra 119,9% ao ano em agosto. Nesse caso, houve uma queda de 1,6 ponto percentual.

Ainda segundo o BC, a taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras nas operações do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) somou 27,6% ao ano em setembro – o que representa um recuo de 0,2 ponto percentual em relação a agosto (27,8% ao ano).
Segundo o BC, a taxa média de juros para aquisição de veículos por pessoas físicas, por sua vez, somou 25,6% ao ano em setembro, contra 24,8% ao ano em agosto deste ano. Neste caso, houve um aumento de 0,8 ponto percentual.
Fonte: G1

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