Oficina mecânica: não é raro se deparar com casos de má-fé entre profissionais e empresas que atuam no mercado.
É provável que você já tenha passado por uma situação assim: seu carro começa fazer alguns barulhos estranhos e você fica com medo de, um belo dia, enfrentar uma pane em pleno trânsito.
Antes
que isso aconteça, você decide levar o veículo a uma oficina. Mas,
quando recebe o orçamento, você quase cai de costas ao saber o valor.
Em
muitos casos, os serviços realizados pelas oficinas são mais caros do
que deveriam por culpa do próprio consumidor, que não tem o trabalho de
analisar o orçamento com cuidado e aceita tudo o que é proposto pela
oficina, sem questionamento.
Além disso, não é raro se deparar com casos de má-fé entre profissionais e empresas que atuam no mercado.
“O
orçamento de serviços em concessionárias e oficinas particulares
geralmente tem valores altos pela necessidade que consultores técnicos e
mecânicos têm de atingir as metas ou os objetivos traçados pelas
empresas”, diz Valter de Carvalho, fundador da Personal Car, empresa
mineira que dá assessoria em orçamentos automotivos.
Assim,
independentemente do número de veículos que passam por uma
concessionária em determinado mês, a meta precisa ser atingida.
Por
exemplo: se uma oficina quer faturar 100 000 reais num certo mês, não
importa se passarão 30 ou 20 veículos. Os funcionários precisam cumprir a
meta.
Diante disso, como descobrir o que é certo ou errado na
hora de pedir um orçamento automotivo? Se o trabalho a ser realizado for
apenas uma revisão, lembre-se de solicitar o serviço de revisão básica.
Se
o serviço for mais completo, solicite que a oficina explique o motivo
para que as peças sejam trocadas e, se ainda não se sentir confiante,
leve o carro a uma outra oficina para comparar os orçamentos.
“Se a
revisão básica do seu veículo for troca de óleo, filtro de óleo, filtro
de ar, filtro de combustível e velas, autorize somente o serviço
básico”, diz Carvalho.
Segundo ele, muitas concessionárias
oferecem um “menu completo de revisão” e, sem sequer abrir o capô do
carro, empurra serviços como limpeza de bico injetor, filtro e
higienização de ar-condicionado, troca de palhetas e descontaminação do
motor.
Muitas vezes, o cliente aceita a execução dos serviços simplesmente por falta de informação.
“Há
casos absurdos. Uma revisão básica de 10 000 quilômetros, por exemplo,
não precisa de nada além da troca de óleo. Mas muitas oficinas realizam
troca de aditivo, descontaminação do motor e uma série de outros
serviços totalmente desnecessários”, diz Eduardo Fernandes, chefe de
oficina do Cesvi Brasil.
Os exemplos de absurdos realizados pelas
oficinas são muitos, mas, como não podemos evitar os serviços de
manutenção, vale uma dica: analise sempre o orçamento com cuidado e, se
possível, converse com um consultor para verificar realmente o que é
necessário trocar.
Se, mesmo assim, estiver em dúvida, leve o carro a outras oficinas e compare os valores dos orçamentos.
Dessa forma, você terá uma boa noção de quanto poderá economizar ao optar pelo orçamento na medida certa.
Sem dor de cabeça
Veja 10 dicas práticas para receber um bom orçamento
1) Nunca autorize um orçamento por telefone.
2) Peça ao mecânico que lhe mostre, no veículo, as peças listadas no orçamento.
3) Se você não entende de mecânica automotiva, peça a assessoria de um profissional ou dicas de alguém que tenha conhecimento.
4) Analise
o orçamento com cuidado. Se tiver preguiça e autorizar tudo o que está
no orçamento, pode acabar pagando por serviços e peças desnecessárias.
5) Verifique se as peças e os serviços que constam no orçamento têm relação com o problema que o levou a procurar uma oficina.
Por
exemplo: o motor do seu veículo está falhando, mas no orçamento consta a
troca de suporte de motor – uma peça que nada tema ver com
funcionamento de motor.
6) Não autorize serviços como limpeza de
bico, descontaminação de motor, higienização de ar-condicionado e
descarbonização de válvulas sem antes verificar se realmente são
necessários, pois os fornecedores desses produtos premiam mecânicos e
consultores pelo número de vendas.
7) Quando for retirar seu
veículo da oficina, solicite ver as peças que foram trocadas e confira
se os itens substituídos batem com o que tinha sido orçado.
8) Se
você não sabe quais peças e serviços são necessários para garantir a
segurança do seu veículo, procure um profissional qualificado para dar
essas informações.
9) Há oficinas que trocam peças sem ter a
certeza de que o problema será resolvido. Não sendo solucionado, cada
vez que você retornar à oficina, ela co-brará por uma peça diferente.
Não aceite isso. Se a oficina não resolveu o problema, ela deve retirar a peça que trocou ou abater o valor pago.
10) Evite
levar seu veículo para revisão no final do mês. Se a oficina ainda não
conseguiu cumprir as metas de vendas no mês, pode empurrar o máximo de
peças e serviços para alcançar seu objetivo.
Fonte: Exame
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