quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Rio Grande do Norte quer força militar até que prisões instalem bloqueadores

O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, disse hoje (4) que pedirá ao governo federal a permanência das Forças Armadas no estado até que bloqueadores de sinal de celular sejam instalados em todas as unidades prisionais. Cerca de 1,2 militares do Exército, da Marinha e da Força Aérea chegaram ao estado ontem (3) para participar da chamada Operação Potiguar, de apoio às forças policiais do estado, após uma série de ataques a ônibus e prédios públicos desde a última sexta-feira (29) em cidades do interior e na região metropolitana de Natal.
Os ataques começaram após a instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária Estadual de Parnamirim. Segundo o governador, a medida se estenderá a todos os presídios do Rio Grande do Norte. “Vamos continuar colocando em todos os presídios, que venham as reações, estamos prontos para esse enfrentamento”, disse Robinson Faria. Ele ressaltou que como as Forças Armadas já estão presentes, esse tempo é necessário para que o governo possa terminar a instalação, em até dois meses.
De acordo com Faria, apesar da onda de violência, a população do estado está apoiando a decisão do governo de não recuar. “A segurança pública passa pela questão prisional. Não adianta ficar na rua combatendo a violência se, dentro dos presídios, existem verdadeiros gabinetes de trabalho, com o líder da facção lá dentro dando ordens para quem está do lado de fora.”
O governador disse que está trabalhando com os órgão de controle para adiantar os prazos de instalação dos equipamentos que serão alugados. As próximas unidades a receber os bloqueadores serão a Cadeia Pública de Nova Cruz, em Nova Cruz, e as penitenciárias estaduais Dr. Francisco Nogueira Fernandes e Rogério Coutinho Madruga, ambas em Alcaçuz.
O Rio Grande do Norte tem 32 unidades prisionais, que hoje abrigam cerca de 7,7 mil detentos.

Forças Armadas
Brasília -O ministro da Defesa, Raul Jungmann, cumprimenta os cerca de 200 militares que vão compor as forças de segurança nas Olimpíadas (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Segundo  o  ministro  da  Defesa,  Raul  Jungmann,
em  15  dias,  a  situação  no  Rio  Grande do Norte
será novamente avaliada Arquivo/Agência Brasil
O efetivo das Forças Armadas que vai compor a Operação Potiguar vem de diferentes localidades do Nordeste, como Jaboatão dos Guararapes e Garanhuns, em Pernambuco; Campina Grande e João Pessoa, na Paraíba, e Caicó, Rio Grande do Norte. Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, existe ainda uma força reserva no Ceará, que poderá ser empregada em caso de agravamento da situação. “Mas não achamos que isso vá acontecer”, disse o ministro.
Jungmann e o  chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen, estiveram hoje no Rio Grande do Norte para acompanhar o primeiro dia de trabalho e contribuir com o plano de ação das tropas militares.
O ministro explicou que as forças federais farão o patrulhamento ostensivo em Natal e sua região metropolitana, assim como nos eixos turísticos e bancários, aeroportos e principais rodovias e vias de acesso. Assim, as forças de segurança locais poderão atuar nas comunidades e no interior do estado no combate direto aos criminosos.
Segundo Jungmann, em 15 dias, será feita uma nova avaliação da situação no estado. “A partir dessa avaliação, se tivermos a situação estabilizada, muito bem, é o caso de encerrar [a operação]. Se continuamos com problemas de tal gravidade, que apontem insuficiência das forças locais, caberá ao governador fazer uma solicitação de extensão do prazo, e ao presidente da República, decidir sobre isso”, explicou o ministro.
Ataques
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social informou que 100 pessoas já foram detidas por suspeita de participação no ataques. Foram registradas desde a sexta-feira (29) 106 ocorrências, entre incêndios, tentativas de incêndio, disparos contra prédios públicos e proximidades, depredações e uso de artefatos explosivos – 32 veículos, entre ônibus e micro-ônibus, foram incendiados. As ocorrências foram registradas em 33 cidades.
Fonte: EBC

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