A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
revisou ontem (13) a previsão de queda para o volume de receitas do
setor de serviços de 3% para 3,6%. A reavaliação ocorreu após a
divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), que apontou uma perda de 4,4% na receita
entre janeiro e maio de 2017, na comparação com os mesmos meses de
2016.
A confederação justificou a decisão pontuando que há uma
natural demora de recuperação do mercado de trabalho e um ritmo intenso
nas perdas do setor terciário nos últimos meses. Na visão dos analistas
da instituição, esses fatores pesam para a piora na projeção de 2017,
mesmo diante de uma previsão de comportamento favorável para a inflação e
para o custo do crédito na segunda metade de 2017.
O economista
da CNC Fábio Bentes explicou que o setor de serviços é menos afetado
pelo câmbio e pelo crédito que os outros setores da economia, tem menos
possibilidades de exportação e responde principalmente ao mercado de
trabalho e à renda da população. O setor tem ainda a peculiaridade de
registrar uma inflação mais resistente, segundo Bentes.
Enquanto a
variação acumulada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de
julho de 2016 a junho de 2017 foi de 3%, para o setor de serviços, a
inflação foi de 5,72%.
"Em outros setores, a atividade acaba
sendo resgatada [pela queda da inflação]. Como ela está muito resiliente
no setor de serviços, a reação do setor por conta dos preços é muito
menos significativa", disse o economista. "O que poderia alavancar o
setor de serviços seria uma recuperação do mercado de trabalho".
Fábio
Bentes espera um segundo semestre melhor que o primeiro e acredita que
isso se reflete na própria previsão, que é de uma queda anual de 3,6%,
enquanto de janeiro a maio as perdas somam 4,4%. "A gente está esperando
uma queda menor. A situação tende a ser um pouco menos pior", disse,
destacando que o setor de serviços é responsável por 44% dos empregos
celetistas do país. "Ele é o maior empregador da economia. Se vai mal,
isso retarda a recuperação do mercado de trabalho".
Fonte: Agência Brasil
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