Depois de dois anos consecutivos de forte recessão, a economia
brasileira começa a dar sinais de recuperação, segundo análise do
Informe Conjuntural do segundo trimestre, divulgado hoje (7) pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI). Entretanto, a instituição
reduziu a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma
de todos os bens e serviços produzido no país), de 0,5% para 0,3%.
A
estimativa de crescimento do PIB industrial baixou de 1,3% para 0,5%.
Caso a previsão se confirme, será o primeiro resultado positivo da
indústria desde 2013. Essa expansão será liderada pela indústria
extrativa, com crescimento de 8%. A indústria de transformação crescerá
0,9% e a da construção terá uma queda de 2,3%. O setor de serviços
industriais de utilidade pública, que inclui as distribuidoras de
energia, crescerá 1,9%.
Para a instituição, a expansão da
agropecuária e das exportações, a queda da inflação, a redução dos juros
e o ajuste dos estoques da indústria devem ajudar a consolidar o
crescimento no segundo semestre deste ano.
Já a perspectiva
anterior de que os investimentos aumentariam 2% este ano não se
confirmará. A nova previsão da CNI é de uma queda de 2,7% nos
investimentos. "O menor investimento também está ligado ao ambiente de
incertezas - provocado pela turbulência política e a dificuldade de se
aprovar agendas importantes no Congresso Nacional", avalia o Informe
Conjuntural. O estudo estima ainda que o consumo das famílias terá uma
leve alta de 0,1% e a taxa média de desemprego continuará elevada e
ficará em 13,5%.
Inflação
O Índice de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) projetado para dezembro (acumulado em
12 meses) é de 3,6%, abaixo do centro da meta de 4,5% fixada pelo
governo. A queda da inflação é resultado da redução dos preços dos
alimentos e da forte retração do consumo, diz a CNI.
A CNI
considera que a redução das metas de inflação para 4,25% em 2019 e para
4% em 2020 é positiva. Além de se alinhar aos padrões internacionais, a
revisão das metas contribui para o controle da inflação "de forma mais
célere e menos custosa", pois ancora as expectativas em níveis mais
baixos. Mas o alcance dos resultados depende do comprometimento das
autoridades com a situação fiscal e da transparência e credibilidade do
Banco Central, diz a CNI.
Balança comercial
Com
a cotação do dólar na casa dos R$ 3,30 e os preços das commodities
(produtos primários) acima dos de 2016, as exportações brasileiras
crescerão 11% e alcançarão US$ 205 bilhões neste ano. As importações
crescerão 7% e fecharão o ano em US$ 147 bilhões. O saldo comercial
ficará em US$ 58 bilhões.
Contas públicas
O
setor público vai encerrar o ano com um déficit primário de R$ 141,7
bilhões, equivalentes a 2,1% do PIB, dentro da meta de R$ 143,1 bilhões
fixada para o ano. A dívida bruta do setor público subirá para 74,3% do
PIB. Em 2016, a dívida pública ficou em 69,9% do PIB.
Fonte: Agência Brasil
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