O presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica
(Absolar), Rodrigo Sauaia, disse ontem (6) que o setor está em plena
expansão em todo o mundo, inclusive no Brasil, mas que o país está
atrasado pelo menos 10 anos nos investimentos do setor. A declaração foi
dada na conferência Brasil Solar Power, que se encerra hoje. No
debate, foi analisada nota técnica colocada em consulta pública na
quarta-feira (5) pelo Ministério de Minas e Energia (MME), para debater o
aprimoramento do marco legal do setor elétrico.
Sauaia disse que
a entidade está analisando a nota para consolidar a posição do setor,
mas adiantou que a iniciativa foi muito bem-vinda. “A ideia é a evolução
do setor elétrico para melhor. Eu queria destacar a importância
estratégica, a meu ver, do ministério ter evoluído tanto no documento
prévio quanto nessa nota técnica em si, de incluir uma visão que não é
meramente tecnicista. É uma visão que enxerga que a energia elétrica é
um meio, não é um fim em si própria, mas é um meio fundamental para a
economia, o desenvolvimento e a qualidade de vida da nossa sociedade. E
segundo, incorporando a visão de que a energia elétrica tem os seus
aspectos econômicos, elétricos e também ambientais e sociais”.
O
secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Eduardo
Azevedo, destacou que a energia solar tem o apoio do ministério e a
proposta colocada em consulta pública está
“cem por cento aderente ao Plano Nacional de Mudanças Climáticas”, que prevê o aumento da participação de energias renováveis na matriz do país.
“cem por cento aderente ao Plano Nacional de Mudanças Climáticas”, que prevê o aumento da participação de energias renováveis na matriz do país.
“Nos
leilões de energia, a gente vai abrir oportunidade para a energia solar.
Havia um conservadorismo do setor, causado pela tecnologia disponível
na época, e o leilão era limitado à energia existente. Agora mudou, de
seis meses há um ano a gente consegue ter uma nova planta de energia
solar. A gente entende que nessa transição tem que respeitar o prazo e o
modelo de negócio, que precisam ainda do apoio, mas, com certeza, a
intenção é que o subsídio público tenha fim e no final das contas vai
convergir para uma competitividade entre as fontes”.
Para o
presidente do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Eduardo Barata, a
proposta do governo federal vem ao encontro com o que o setor deseja já
há algum tempo, já que o modelo instituído em 2004 sofre um esgotamento
e é preciso aprimorar o modelo.
“É relevante o fortalecimento
das fontes renováveis, como a energia solar. Nós estamos bastante
defasados com relação ao resto mundo. Na minha avaliação, nos últimos
dois anos íamos caminhar para recuperar esse posicionamento.
Infelizmente, o país passa por uma crise econômica grave e isso fez
retardar esse processo de recuperação. Eu acho que as evoluções que
estão sendo propostas nesse modelo vai caminhar na direção daquilo que é
a missão principal do Operador, que é assegurar o abastecimento e
energia, com segurança, mas também com preços que tanto a indústria, o
comércio e a população conseguem pagar”.
Barata lembra que a
diversificação de fontes e a busca por energia renovável é uma tendência
no mundo todo. “Estamos nos preparando para enfrentar essa realidade,
com um sistema com um número muito maior de fontes. Para nós, da
operação do sistema, é melhor centraliza do que descentraliza, mas é uma
tendência do mundo e vamos encarar com naturalidade”.
Fonte: Agência Brasil
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