O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário (ICMPE)
registrou 46,9 pontos em junho. Comparado com maio, o recuo foi de 2,9
pontos ou, em termos percentuais, uma queda de 5,8%. Na variação anual, o
índice supera os 42,9 pontos de junho do ano passado.
O
indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais acima de 50 pontos,
maior é a confiança; quanto mais abaixo, maior a desconfiança. Os dados
foram divulgados ontem (4) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC
Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
“Ao
longo dos últimos anos, a sondagem mostrou que a crise política é fator
sempre relevante para justificar o pessimismo com o futuro da economia.
Havendo o aprofundamento do impasse político e, por consequência, o
adiamento das reformas estruturais, corre-se o risco de a confiança
voltar ao patamar do auge da crise, adiando ainda mais a recuperação
econômica”, analisou o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
O
Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e
pelo Indicador de Expectativas. Por meio da avaliação das condições
gerais, busca-se medir a percepção dos micro e pequenos varejistas e
empresários de serviços sobre os últimos seis meses. Por meio das
expectativas, busca-se medir o que se espera para os próximos seis
meses.
Piora na economia
O Indicador de Condições Gerais, que avalia o retrospecto do micro e
pequeno empresário sobre o desempenho de suas empresas e da economia nos
últimos seis meses, atingiu 32,2 pontos em junho, ante 34,5 pontos em
maio. “Para a maioria dos micro e pequenos empresários a situação
econômica do país e de suas empresas vem piorando com o passar do
tempo”, diz o boletim.
Para 67% dos micro e pequenos empresários
de varejo e serviços, a economia piorou ou piorou muito, enquanto só 10%
consideram ter havido melhora. Com os negócios, uma proporção menor,
53%, julga ter havido piora.
Entre os empresários que avaliaram
que a situação de seu próprio negócio piorou nos últimos seis meses, 66%
identificou a piora com a queda das vendas. Outros 13% dizem que a
situação de seu negócio piorou em razão do aumento dos preços de insumos
ou produtos e 8% alegam atuar em um ramo que está em baixa. Além
desses, 6% mencionam o crescimento da inadimplência.
Futuro
O
Indicador de Expectativas, que serve de termômetro para avaliar o que o
empresário aguarda para o futuro, mostrou que quatro em cada dez (41%)
micro e pequenos empresários estão confiantes com o futuro da economia
brasileira. Quando perguntados sobre a realidade da sua empresa, o
índice é maior e chega a 53% dos empresários consultados. O percentual
de pessimistas com a economia e com os negócios é de 24% e de 14%,
respectivamente.
Entretanto, 41% dos empresários que se dizem
confiantes não sabem explicar a razão de seu otimismo, apenas acreditam
que coisas boas acontecerão. Há também 21% que acreditam que a crise
política será resolvida e 14% que observam sinais de melhora no cenário
macroeconômico.
Entre os que estão otimistas com o próprio
negócio, 37% também não sabem a razão, 22% acreditam que é devido à boa
gestão do próprio negócio e 14% creem que é devido aos investimentos
para enfrentar a crise.
Entre os entrevistados, 45% dos
empresários acredita que o faturamento das suas empresas deve se manter
estável nos próximos seis meses. Destes, 40% acreditam que deve aumentar
e apenas 8% acreditam que suas receitas cairão. Entre os que esperam
crescimento, 32% não sabem apontar a razão do otimismo, enquanto 20%
creditam a melhora à busca de novas estratégias de vendas e 16% afirmam
ter melhorado a gestão da empresa.
Fonte: EBC
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