As férias de julho deste ano sairão mais caras para os pais, mostra
pesquisa divulgada ontem (6) pelo Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). Os preços de produtos e serviços
mais procurados entre julho de 2016 e junho de 2017 subiram 4,78%,
superando a inflação média acumulada no período, medida pelo Índice de
Preços ao Consumidor (IPC) da FGV, que variou 3,44%.
O economista
e coordenador do IPC do Ibre, André Braz, ressaltou, entretanto, que em
comparação com a média de inflação registrada na mesma época do ano
passado, que se situou entre 8,5% e 9%, a inflação foi menor este ano.
“Este ano, já veio pela metade. O levantamento mostra que a inflação
está, de fato, desacelerando”, disse Braz.
Apesar da
desaceleração em comparação ao ano passado, o resultado apurado supera a
inflação média. Juntando-se as despesas com alimentação e serviços
relacionados às férias, observa-se uma diferença de um ponto percentual
desfavorável às despesas.
Serviços
André
Braz analisou que “o grande vilão” nas férias de julho são os serviços,
porque alimentação pouco subiu. A alta atingiu 0,63% no grupo de
alimentos mais consumidos pelas crianças. “Os alimentos não vão ser um
obstáculo para o orçamento das férias, embora alguns alimentos ainda
apresentem alta, como bolos, biscoitos e pães, que subiram bastante em
12 meses e superam a inflação”.
Os reajustes apurados pelo
Ibre-FGV alcançaram 13,51%, para bolo pronto; 11,21, pão de forma; e
7,47%, biscoitos. “Subiram bastante em 12 meses e superam a inflação.
Mas quando a gente junta outros itens alimentícios, essa inflação cai
para menos de 1%.”
Quando se analisam os serviços, verifica-se, porém, que a situação se inverte. Teatro subiu 14,85% em 12 meses; show
musical, 12,07%; cinema, 6,47%, por exemplo. “Serviços continuam sendo
um desafio para as férias, com aumentos que superam a inflação média”.
Destaque foram as passagens aéreas que subiram 15,44%. Quem deixou para
comprar em cima da hora, deve ter estranhado o preço, mais elevado que
no ano passado, comentou o pesquisador do Ibre.
Criatividade
Para
driblar a alta de preços, o economista recomendou que os pais usem a
criatividade e o lazer oferecido nos grandes centros, como parques,
museus, zoológicos. Lembrou que estes espaços costumam sempre fazer
promoções nesta época do ano, com entrada franca ou mais em conta.
“Tem
que criar uma agenda desses lugares e abusar desses espaços que são
divertidos e ótimos passatempos e aprender que férias são um negócio que
não foge do calendário. Estão sempre lá”. André Braz sugeriu que os
pais juntem “uma grana” com antecedência para dar um reforço no
orçamento para essas primeiras férias do ano. Se isso não foi possível,
destacou que a economia pode começar a ser construída para as férias
longas, de verão. “Ao longo dos próximos meses, junte um pouco de
dinheiro para enfrentar a carestia e poder passar umas férias um pouco
mais tranquilo”, recomendou o economista.
Fonte: Agência Brasil
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