No Brasil, 59,4 milhões de pessoas físicas estavam com o nome
negativado ao final de julho. O número representa 39,3% da população com
idade entre 18 e 95 anos. Em junho, a estimativa apontava a marca de
59,8 milhões de inadimplentes.
Os dados são do Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL) e foram divulgados hoje (9) em São Paulo.
Para as entidades, os números refletem as dificuldades que o cenário de
desemprego elevado impõe às famílias.
Na variação anual do número
de dívidas atrasadas, o indicador mostrou uma queda de 5,53%. O dado
mostra que o número de dívidas tem recuado de maneira mais rápida do que
o número de inadimplentes.
A estimativa de devedores vem se
mantendo próxima ao patamar dos 59 milhões desde o segundo trimestre de
2016. O presidente da CNDL, Honório Pinheiro disse que o fato ocorre
porque as dificuldades do cenário recessivo fazem crescer o número de
devedores, mas a maior restrição do crédito e queda do consumo por parte
das famílias, provocada pela própria crise, age limitando o crescimento
da inadimplência.
“Assumindo que a economia e o consumo irão se
recuperar de forma lenta e gradual, a estimativa deve permanecer ainda
oscilando em torno dos 59 milhões de negativados ao longo dos próximos
meses, sem mostrar um avanço expressivo”, afirmou Pinheiro.
Segundo
o levantamento, a maior frequência de negativados ocorre com pessoas
entre 30 a 39 anos. Em junho, metade dessa população (50,11 %) estava
com o nome incluído em listas de proteção ao crédito – um total de 17,1
milhões de pessoas. Os dados mostraram também que uma quantidade
significativa das pessoas entre 40 e 49 anos está inadimplente (47,55 %)
, assim como os consumidores de 25 a 29 anos (46,10 %) .
Regiões
De
acordo com a estimativa, a região Sudeste é a região que concentra, em
termos absolutos, o maior número de negativados, somando 25,6 milhões de
consumidores, o que representa 39,06% da população adulta da região.
Em
seguida, aparecem o Nordeste, com 15,7 milhões de negativados, ou
39,28% da população; o Sul, com 7,8 milhões de inadimplentes (35,01 %) ;
o Norte, com 5,3 milhões de devedores (45,52% – o maior percentual
entre as regiões); e o Centro-Oeste, com um total de 4,9 milhões de
inadimplentes (43,03% da população).
Recuo no comércio
Os
dados de dívidas abertos por setor credor revelam que todos os
segmentos mostraram retração anual do número de pendências pelo segundo
mês consecutivo. No setor de comércio ocorreu o recuo mais acentuado: o
número de pendências com o segmento caiu 7,40%. Em seguida, estão
comunicação (-6,53 %) , água e Luz (-4,20 %) e bancos (-3,15 %) .
Quando
se fala em participação, os bancos seguem como credores de maior parte
das dívidas em atraso no país, concentrando 48,87% do total. Em seguida,
aparecem os setores de comércio (19,84 %), comunicação (14,08 %) e os
segmentos de água e luz (7,89% das pendências).
Fonte: EBC
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