Nos últimos doze meses, o número de chips de telefonia móvel
no Brasil teve redução de 9,9 milhões, uma queda de 3,9%. Quando tomado
somente o mês setembro, foram adquiridas 155 mil novas linhas, uma
oscilação de 0,06% em relação a agosto. No total, há mais de 242 milhões
de linhas móveis em funcionamento no país.
Na avaliação da
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), essa queda pode ser
explicada pela redução da prática de uso múltiplo de chips.
O número total de linhas em funcionamento ultrapassa a população
brasileira, na casa de 208 milhões, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Essa diferença se dá pelo fato de muitos
brasileiros contratarem planos de diversas operadoras como forma de
aproveitar vantagens das ligações para aparelhos da mesma empresa.
Segundo
a Anatel, a decisão de reduzir o preço cobrado por uma operadora para
usar a rede da outra (taxa chamada de tarifa de internconexão móvel)
teria diminuído as vantagens internas das operadoras e atuado como um
fator de desestímulo à cultura do uso de múltiplos chips. Os valores
anteriores geravam custos excessivos, que acabavam repassados ao
consumidor e levavam as pessoas a essa cultura para evitar altos gastos
com o serviço.
A diminuição das tarifas de interconexão também se
refletiu nos tipos de contrato firmados por usuários. Nos últimos 12
meses, as linhas pré-pagas tiveram redução de 7,8 milhões de unidades, o
que corresponde a -10%. Já os pacotes pós-pagos subiram 10,27%,
totalizando 17,7 milhões de novas linhas. Apesar dessa variação, a
telefonia pré-paga ainda é muito superior no país, com 158,4 milhões de
acessos, contra 83,6 milhões do serviço pós-pago.
Empresas e estados
A
queda nos acessos se refletiu nas principais operadoras do setor. A Oi
registrou redução de 5 milhões de linhas (10,7%), a Claro, de 3,2
milhões de linhas (-5%), e a TIM, de 3,16 milhões de linhas (-4,98%).
Entre as grandes empresas do setor, somente a Vivo obteve resultado
positivo, com 1,1 milhão de novos chips vendidos (1,5%). Pequenas
companhias do setor apresentaram crescimento percentual maior. A Datora
(que atua com a marca Tempo) comercializou 105 mil novos pacotes (129%),
a Porto Seguro, 187 mil (49%), e a Nextel, 114 mil linhas (4,6%).
Quando
observada a redução de linhas por estado, o fenômeno atingiu mais
fortemente a Região Nordeste. A redução foi maior em Alagoas (-8%),
Ceará (-7,9%), Pernambuco (-7,7%) e Rio Grande do Norte (-7.4%). Os
estados com perdas menores foram São Paulo (-0,6%), Mato Grosso
(-1,44%), Mato Grosso do Sul (-1,73%) e Roraima (-1,59%).
Fonte: EBC
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