Em
2011, a Anvisa deixou os pais em estado de pânico ao anunciar a
proibição do uso da substância bisfenol A, considerada tóxica, na
fabricação de mamadeiras e outros utensílios de plástico. Agora, o
Inmetro aperfeiçoou o regulamento de produtos infantis, impedindo também
esse itém na composição dos produtos. Especialistas alertam,
entretanto, que ainda há inúmeras outras substâncias que temos contato
diariamente e que são prejudiciais à saúde, principalmente, das
crianças. Mas não é preciso privar o seu filho do contato com o mundo. O
segredo é ter cuidado com o excesso de alguns elementos específicos,
que podem causar desde alergias até complicações no crescimento dos
pequenos. "Muitas vezes, uma substância sozinha pode não fazer nada, só
que associada a outras pode produzir um efeito negativo", alerta a
endocrinologista Elaine Costa, membro da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia. Descubra quais são essas substâncias.
Mamadeiras
Estudos
indicam que o bisfenol A - presente em plásticos duros, como o da
mamadeira - pode prejudicar o metabolismo, as funções neurológicas e a
capacidade de reprodução. De acordo com o pediatra Luciano Borges,
presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da
Sociedade Brasileira de Pediatria, a medida da ANVISA de proibir esse
componente é uma ótima oportunidade de livrar-se de vez das mamadeiras
em casa. "O ideal é usar um copo de vidro específico, que permite ao
bebê fazer o mesmo movimento que realiza quando mama no peito da mãe, ao
contrário da mamadeira", assegura o profissional.
Potes de plástico
A
endocrinologista Elaine Costa, que participa campanha "Diga não ao
bisfenol A - a vida não tem plano B" e realiza estudos sobre essas
substâncias tóxicas, acredita que a proibição da Anvisa ainda é
insuficiente. "Há substâncias prejudiciais à saúde, como bisfenol e
ftalatos, presentes em plásticos duros de potes que usamos para
armazenar alimentos", conta.
Para evitar que esses componentes
contaminem a comida, é preciso evitar qualquer deterioração do pote:
não esquentá-lo no micro-ondas, não utilizá-lo para congelar alimentos e
não usá-lo depois que estiver com riscos e trincas. "Todos esses
costumes desestabilizam as ligações químicas do bisfenol e liberam a
substância no alimento", justifica a endocrinologista.
Poeira e sujeira em casa
A
preocupação com a casa limpa deve ser redobrada quando há crianças por
perto. "A exposição precoce à poeira pode deixar o pequeno muito
sensível desde os seus primeiros dias de vida", explica a neonatologista
Clery Gallaci, do Hospital e Maternidade Santa Joana. "Isso pode
colaborar para o desenvolvimento de alergias quando ele estiver mais
velho", conta. A inalação de substâncias presentes no pó acumulado na
casa pode ainda desencadear infecções no sistema respiratório.
Produtos de limpeza
É
consenso entre especialistas: qualquer produto de limpeza deve
permanecer fora do alcance das crianças, tanto pelo risco de ingestão
quanto pelo contato com a pele. "Os problemas podem variar desde
alergias de pele a complicações digestivas, respiratórias e
neurológicas", afirma a neonatologista Clery Gallaci.
Acidentes
domésticos com água sanitária são os mais comuns, segundo o
infectologista Marco Safadi, do Hospital São Luiz. "Caso a criança tenha
engolido esse produto, deve ser levada imediatamente ao hospital, não
induzir o vômito, nem beber água ou outro alimento. Essas ações podem
irritar ainda mais os órgãos digestivos do filho", explica.
Tintas da reforma
Crianças
devem ficar longe quando a casa estiver em reforma ou sendo pintada.
"As tintas podem causar dores de cabeça e são tóxicas para os pulmões e a
pele se forem inaladas", alerta o pediatra Luciano Borges. Existe ainda
o risco - apesar de raro - de a criança ingerir uma quantidade muito
grande de tinta, principalmente quando a pintura começa a descascar da
parede. "Nesses casos, o ideal é fazer uma lavagem gástrica no pronto
socorro", diz o profissional.
Fumo passivo
Pais
fumantes têm grandes chances de prejudicar o crescimento saudável de
seus filhos. Um estudo com mais de 55 mil crianças, publicado na Revista
Pediatrics, indicou que fumar passivamente em casa aumenta 50% as
chances de desenvolver problemas de comportamento e aprendizagem. Outra
pesquisa, realizada pelo Massachusetts General Hospital, nos Estados
Unidos, mostrou que crianças expostas à fumaça têm maiores índices de
doenças respiratórias causadas pelo fumo passivo, e essas doenças são a
causa de um terço das faltas na escola.
Brinquedos
"O
mais importante é limpá-los sempre com água e pano úmido", recomenda a
neonatologista Clery Gallaci. Pelo fato de crianças pequenas terem o
costume de levar tudo à boca, é mais seguro optar por brinquedos que
tenham selo de qualidade e sejam indicados para a idade do seu filho.
"Evite produtos considerados piratas", alerta a profissional.
Agrotóxicos
Um
estudo da Academia Americana de Pediatria mostrou que o consumo de
alimentos com um tipo de agrotóxico - chamado organofosforado - pode
dobrar os riscos de déficit de atenção em crianças e adolescentes. Para
os cientistas, isso acontece porque a substância compromete a produção
de neurotransmissores responsáveis pela cognição e raciocínio lógico das
crianças.
Por isso, é muito importante lavar bem
os alimentos antes de comer e dar preferência às frutas, verduras e
legumes que possuam selo de qualidade ou que sejam orgânicos - livres de
substâncias químicas. Fique de olho: pimentão, morango, uva, cenoura,
alface, tomate, mamão, laranja e abacaxi são os alimentos campeões em
doses de agrotóxicos, segundo a Anvisa.
Fonte: MSN.com
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