Ferramenta permite que consumidores adquiram produtos pela internet,mas só efetuem pagamento por meio de boleto após receber a encomenda
Poucas situações são mais frustrantes que comprar e pagar um produto
pela internet e não recebê-lo — ou a entrega demorar meses. Para
resolver esse problema, nova forma de venda está sendo implementada no
Brasil, em que os consumidores só pagam depois que o pedido é entregue. O
objetivo é conquistar o público que ainda desconfia do comércio
online.
Pioneira nas vendas pós-pagas no país, a empresa Koin
funciona como uma intermediária entre a loja e o cliente. “Junto com a
compra, a pessoa recebe o boleto que pode ser pago no banco, na lotérica
ou na internet. Então o pagamento só é feito depois que o produto está
realmente em mãos. É seguro para o consumidor e para a loja, que recebe o
valor na hora em que a compra é fechada”, explica Marcos Cavagnoli,
executivo-chefe da empresa.
Jerome
Pays, diretor de e-commerce da Lyra Network (multinacional
especializada na transmissão segura de transações financeiras), afirma
que em diversos países da Europa são comuns os pagamentos após a
entrega, porém, os modelos são diferentes.
“Existem pontos de
entrega, em que as pessoas vão retirar os produtos que compraram pela
internet e pagam na hora, com cartão de crédito. Para o lojista sai
muito mais barato, porque a entrega é feita em um único ponto”, avalia.
A
estudante Amanda de Azevedo Gabrielli, 18 anos, conta que evita fazer
compras online por questões de segurança. “Tenho vontade de comprar
roupas nos sites porque é mais barato, mas tenho medo de cair em
fraudes. Se puder pagar depois, me sentiria mais segura”, diz. A amiga
Ingrid Ferreira, 16, concorda: “Me parece uma ótima alternativa”.
Pequeno será favorecido
Para
Jerome Pays, da Lyra Network, a venda pós-paga favorece os pequenos
empresários. “No Brasil, a maioria das transações é feita em grandes
sites, que têm credibilidade. Os consumidores já confiam. Mas acredito
que o modelo pós-pago pode crescer entre os pequenos e médios negócios,
que não são tão conhecidos e, portanto, os clientes se sentiriam mais
seguros se pudessem pagar após receber o produto”, explica o
especialista.
Presidente da Associação Brasileira de Comércio
Eletrônico (ABComm), Mauricio Salvador afirma que essa forma de
pagamento ainda é pouco difundida no país, mas pode beneficiar tanto o
comerciante, quanto os consumidores. “No Brasil, a barreira do medo de
comprar online tem sido quebrada”, diz.
Fonte: O Dia
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