terça-feira, 6 de outubro de 2015

Mudanças em casa reduzem em 50% acidentes com idosos

Algumas mudanças em casa reduzem em 50% acidentes com idosos (Foto: Divulgação)
Quedas dentro de casa podem causar fraturas e muitas vezes, a morte prematura. Confira sugestões práticas para uma casa mais segura

A idade chega para todos e com ela, a fragilidade, a perda de reflexos e o enfraquecimento natural dos ossos e músculos. À medida que a população envelhece, cresce o risco de acidentes no lar. Dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia mostram que 30% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano. Além disso, no Brasil, as quedas são responsáveis por 70% das mortes acidentais em pessoas com 75 anos ou mais. No entanto, algumas iniciativas simples no dia a dia podem evitar esse tipo de problema.
Para o ortopedista e traumatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Fernando Baldy dos Reis, evitar a queda é sempre o melhor. “Preparar todos os cômodos da casa para a pessoa de idade é a melhor forma de garantir independência e reduzir em 50% a exposição do idoso ao risco de acidentes, muitas vezes banais, mas que podem causar grandes problemas”, explica o especialista.
Estudos da Organização Mundial da Saúde mostram que em poucos anos, metade da população mundial terá mais de 50 anos. Doenças como a osteoporose, que chegam silenciosamente após essa idade, podem comprometer a densidade óssea e facilitar que uma em cada três mulheres sofra fraturas causadas por quedas dentro de casa.
Dentre os idosos que caem a cada ano, 5% a 10% destes têm como consequência lesões severas como fratura, traumatismo craniano e lacerações sérias, que diminuem a mobilidade e independência. “As principais consequências são a impotência funcional do membro e a incapacidade de caminhar, principalmente nas fraturas do fêmur, necessitando de tratamento cirúrgico de 24 a 48 horas após a queda, dependendo das condições clínicas do paciente”, explica o ortopedista.
Um projeto da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), que contou com a participação do Dr. Fernando Baldy dos Reis, mostra algumas sugestões práticas para uma casa segura. Confira.
Quartos
- A cama precisa ser baixa, permitindo que a pessoa coloque os pés no chão quando estiver sentado;
- A mesa de cabeceira deve estar fixada no chão, caso seja preciso apoiar-se nela para levantar;
- Telefone sem fio e números de auxílio devem ficar sempre na mesa de cabeceira, assim como abajur de toque para facilitar a iluminação.
Banheiros
- Barras de segurança fixadas com buchas;
- O banheiro precisa ter espaço para circulação de duas pessoas para facilitar a ajuda ao idoso;
- Portas de acesso devem ter abertura para o lado de fora;
- Box e pisos antiderrapantes;
- O assento para banho deve ser fixo e 0,46m de altura do piso;
- Tapetes de borracha com ventosas dentro e fora do box;
- Trocar o sabonete em barra pelo líquido.
Sala de estar e jantar
- Paredes com cores claras;
- Sofás e poltronas confortáveis com altura média de 0,50m e com profundidade média de 0,70 a 0,80m com braços;
- Os assentos não devem ser muito macios, pois dificultam no momento de levantar;
- As cadeiras devem ter braço de apoio e encosto alto;
- As mesas devem ter bordas arredondadas e sem tapetes embaixo.
Cozinha e área de serviço
- Manter pia e bancada na mesma altura do fogão;
- Instalação de torneiras de fácil manuseio, 1/2 volta;
- Armários não muito altos, com objetos mais utilizados nas partes inferiores;
- Barras de apoio instaladas em locais firmes;
- Fogão com botões de controle na parte da frente;
- Carrinhos de rodas ajudam a mover utensílios da cozinha para outros ambientes da casa;
- Copos, pratos e garrafas devem ser, preferencialmente, de plástico ou metal.
No geral, devem-se evitar tapetes e fios soltos, cortinas pesadas e pisos escorregadios. Interruptores devem ficar próximos das entradas e saídas dos ambientes para facilitar a rápida iluminação. Além disso, o especialista alerta sobre a importância dos exercícios físicos e uma alimentação rica em cálcio para o fortalecimento da massa óssea.
Fonte: Diário do Litoral

Nenhum comentário:

Postar um comentário