A maioria dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do
Banco Central (BC) considerou que persistem as incertezas associadas ao
processo de recuperação dos resultados fiscais e ao comportamento e
expectativa sobre a inflação. A informação consta da ata da última
reunião do Copom, divulgada hoje (10) pelo BC. No último dia 2, por seis
votos a dois, o comitê decidiu manter pela quinta vez seguida a taxa Selic em 14,25% ao ano.
A
ata destaca ainda que as incertezas em relação ao cenário extero também
se mantêm, com destaque para a preocupação com o desempenho da economia
chinesa e seus desdobramentos e com a evolução de preços no mercado de
petróleo.
Os membros do comitê avaliaram também que o ainda
elevado patamar da inflação é reflexo dos processos de ajustes de preços
relativos ocorridos em 2015, bem como do processo de recomposição de
receitas tributárias observado nos níveis federal e estadual, no início
deste ano, e que “fazem com que a inflação mostre resistência”. Para os
membros do comitê, esses processos têm impactos diretos sobre a
inflação, mas a política monetária pode, deve e está contendo os
“efeitos deles decorrentes”.
Para o Copom, é preciso continuar
acompanhando o desenvolvimento nos ambientes doméstico e externo e seus
impactos sobre o balanço de riscos para a inflação, o que, combinado com
os ajustes já implementados na política monetária, pode fortalecer o
cenário de convergência da inflação para a meta de 4,5%, em 2017.
“Ressalte-se a importância de se perseverar na promoção de reformas
estruturais de forma a assegurar a consolidação fiscal em prazos mais
longos”, registra a ata.
Por outro lado, na hipótese da
manutenção da taxa de câmbio em R$3,95 e da taxa Selic em 14,25% ao ano,
usado em um cenário de referência, “em todo o horizonte relevante”,
houve elevação da projeção para a inflação, tanto para 2016 quanto para
2017, acima do centro da meta de 4,5%.
Votaram pela manutenção da taxa Selic o presidente do BC, Alexandre
Tombini, e cinco diretores: Aldo Luiz Mendes (Política Monetária),
Altamir Lopes (Política Econômica), Anthero Meirelles (Fiscalização),
Luiz Edson Feltrim (Relacionamento Institucional, Cidadania e
Administração) e Otávio Damaso (Regulação). Os diretores Sidnei Marques
(Organização do Sistema Financeiro) e Tony Volpon (Assuntos
Internacionais) votaram pela elevação da Selic em 0,5 ponto percentual.
Fonte: Agência Brasil
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