A instituição financeira tem o “dinheiro” como produto e, como tal, possui um valor pelo qual é negociado em suas operações
Incrível saber que devido a uma conta em um restaurante em Nova York (EUA) em 1950, entregue ao executivo Frank MacNamara, cliente fiel do estabelecimento, foi permitido pelo proprietário que ele pagasse a conta no dia seguinte, sob a condição de assinar a comanda da despesa. MacNamara esquecera seu talão de cheques para quitar a conta de um jantar com convidados.
Nascia assim o que em um futuro próximo seria o cartão de crédito como conhecemos hoje. O meio de pagamento é administrado por operadora financeira e está disponível no mercado para proporcionar acesso ao crédito de forma facilitada e rápida.
Porém, esses diferenciais geram custos. O crédito rotativo leva o consumidor a situação financeira bastante delicada e preocupante.
PERGUNTA E RESPOSTA
“Estou com uma dívida de R$ 5 mil no cartão de crédito. Tenho conseguido pagar o valor mínimo da fatura, mas os juros são altos e o meu receio é que se torne um valor impossível daqui a alguns meses. Como posso tentar reverter essa situação? Há opção de dívida ‘melhor’ ?” , Lucas, Penha
Lucas, perder o controle dos gastos no cartão de crédito é arriscado — e em tempos de recessão mais ainda. Devido à facilidade que o meio de pagamento oferece para compras, muitas vezes nos deixamos levar. Vamos comprando uma coisinha e outra e só percebemos o tamanho do estrago quando a fatura chega. Crédito rotativo é quando não pagamos o valor total da fatura e temos que financiar o saldo devedor.
Os juros aplicados pelas administradoras de cartão podem chegar a até 725% ao ano. Ou seja, se você faz uma dívida no cartão no valor de R$ 2 mil e paga apenas metade, os R$ 1 mil restantes se transformarão em R$1.604,41 na próxima fatura. A dívida que era de R$ 2 mil se transformou em uma R$ 2.604,41 — e a tendência é que, se não for quitada, vire uma verdadeira bola de neve, pois serão juros sobre juros.
A instituição financeira tem o “dinheiro” como produto e, como tal, possui um valor pelo qual é negociado em suas operações. É justamente isso que você deve fazer: buscar o “dinheiro” mais barato no mercado, aquele crédito em forma de empréstimo que você poderá pagar com juros bem abaixo dos aplicados pelas administradoras de cartão de crédito.
O cheque especial não é a solução, devido aos altos juros cobrados (em torno de 300% ao ano). O crédito pessoal caminha na mesma trilha, com juros em média de 120% ao ano. Se você tem acesso ao crédito consignado, atualmente essa é a melhor opção, pois os juros estão na casa dos 27% ao ano, variando de banco para banco, devido à garantia do desconto das parcelas ser feito em folha de pagamento.
Você pode também buscar negociar a dívida com a administradora do cartão de crédito ou banco em parcelas fixas que vão se adequar ao seu orçamento.
Marta Chaves é gestora nacional do curso de Ciências Contábeis da Estácio
Fonte: O Dia
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