A variação negativa (deflação) do Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), de 0,23% em junho, foi influenciada pela queda nos preços
da tarifa elétrica, dos transportes e dos alimentos. Foi o primeiro
resultado negativo desde o início do Plano Real. Em junho de 2006, o
IPCA havia sido de –2,1%. É também a menor taxa da série histórica desde
os 0,51% de agosto de 1998.
Para a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes, “o que chama atenção é que os três grupos mais importantes para o orçamento doméstico tiveram queda, afetando as principais despesas da população: de se alimentar, morar e se transportar”.
Para a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes, “o que chama atenção é que os três grupos mais importantes para o orçamento doméstico tiveram queda, afetando as principais despesas da população: de se alimentar, morar e se transportar”.
Com a deflação de junho, o IPCA fechou o primeiro
semestre do ano com alta acumulada de 1,18%, resultado 3,24 pontos
percentuais abaixo dos 4,42% registrados no mesmo período de 2016.
Considerando
os primeiros semestres do ano, é o resultado mais baixo da série
histórica. Em relação aos últimos 12 meses, o índice acumulado foi para
3%, abaixo dos 3,6% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores.
As
informações do IBGE mostram que as contas de energia elétrica, que em
maio haviam subido 8,98%, puxando a elevação do índice de inflação a
0,31%, fizeram um movimento contrário em junho, com queda de 5,52%.
“Isso se deveu, principalmente, à passagem da bandeira vermelha para a
verde, que significa uma redução de R$ 3 a cada 100 kWh consumidos”.
O
IBGE ressalta ainda o fato de que os preços dos combustíveis tiveram
queda de 2,84%, levando o grupo de transportes a fechar negativo em
0,52%, “com destaque para as duas reduções seguidas no preço da
gasolina, autorizadas pela Petrobras no fim de maio e em junho, além da
variação de -4,66% no litro do etanol”.
Representando 26% do IPCA, os preços dos alimentos tiveram queda de
0,5%, puxada pela alimentação em casa (-0,93%), com redução em todas as
regiões pesquisadas. Itens importantes como tomate, batata-inglesa e
frutas tiveram quedas significativas. Segundo Eulina Nunes, “essa baixa
nos preços reflete os resultados positivos da safra e os efeitos da
redução no poder aquisitivo da população, que levam o comércio a fazer
ofertas e promoções”.
Variação por grupo
Os
dados divulgados pelo IBGE indicam que, em junho, os três grupos de
produtos e serviços que, juntos, concentram cerca de 60% das despesas
domésticas fecharam todos com deflação: alimentação (-0,5%), habitação
(-0,77%) e transporte (-0,52%) e apresentaram as quedas mais intensas,
contribuindo decisivamente para a deflação do mês.
Habitação
(-0,77%), cuja participação é de 15% nos cálculos do IPCA, foi o grupo
que apresentou a maior queda no mês, sob influência das contas de
energia elétrica. Mais barata em 5,52%, a energia exerceu o mais intenso
impacto negativo, de -0,2 ponto percentual.
Entre os grupos que apresentaram alta, as variações ficaram entre 0,08% de educação e 0,46% de saúde e cuidados pessoais.
Regiões
Entre
as 13 regiões metropolitanas envolvidas na pesquisa, 12 apresentaram
deflação de maio para junho, embora todas tenham registrado queda de
preços de maio para junho. O principal destaque ficou com a região
metropolitana de Belo Horizonte, que fechou com taxa negativa de 0,64%,
resultado 0,41 ponto percentual inferior ao IPCA Brasil, de -0,23%.
Também
apresentaram taxas negativas expressivas Campo Grande, de -0,47%, São
Paulo (-0,42%); e Porto Alegre 0,41%. A única região que fechou com taxa
positiva foi a de Salvador: 0,09%.
Fonte: EBC
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