A desaceleração no ritmo de aumento de geração de postos de trabalho
com carteira assinada deve ser motivo de atenção, afirmou nesta
sexta-feira Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Em novembro, houve aumento de 2,5% no número de vagas formais em
relação ao mesmo mês de 2011. Essa expansão era de 6,8% em novembro do
ano passado em relação a novembro de 2010.
"Quando você olha a evolução do crescimento da carteira de trabalho
nos anos de 2010 e 2011 e vê o que aconteceu em 2012, está claro que,
apesar do crescimento no contingente de trabalhadores com carteira de
trabalho, há uma desaceleração no porcentual que está sendo contratado
mês a mês com carteira assinada. Isso tem a ver principalmente com a
desaceleração do grupamento voltado para a terceirização, que é o de
Serviços prestados a outras empresas", justificou Azeredo.
O grupamento, que tem grande influência na formalização da mão de
obra, registrou aumento de 1,3% na contratação de ocupados em novembro
ante novembro de 2011. Segundo o coordenador do IBGE, a atividade
costumava registrar crescimento nas vagas entre 4% e 5% em relação ao
ano anterior.
Além de garantir os direitos dos trabalhadores, a carteira assinada
proporciona o acesso ao crédito, que movimenta diversos setores da
economia, apontou Azeredo. "Muitos desses trabalhadores (formais) passam
a ter acesso ao crédito, que movimenta o comércio, a construção, quase
todos os grupamentos de atividades. É um ciclo virtuoso que movimenta a
economia como um todo. Se você vê esse porcentual reduzindo, isso
preocupa, no sentido que toda essa evolução pode estacionar", alertou
Azeredo. "De novembro de 2011 para novembro de 2012, o emprego com
carteira cresceu 2,5%. Esse contingente, há dois anos, estava crescendo
em torno de 8,5%", acrescentou.
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