A presidente decidiu abrir mão de R$ 5,3 bilhões com a correção de IR
e de mais R$ 3,6 bilhões com o reajuste de 10% do Bolsa Família
Brasília - Apesar da promessa de cortar despesas para garantir um ajuste fiscal maior, a presidente Dilma Rousseff decidiu abrir mão de R$ 5,3 bilhões com a correção de 4,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) em 2015.
As medidas foram anunciadas em cadeia nacional de rádio e TV na noite de quarta-feira, uma espécie de pacote de bondades do Dia dos Trabalhadores que incluiu ainda a manutenção da política de valorização do salário mínimo.
Brasília - Apesar da promessa de cortar despesas para garantir um ajuste fiscal maior, a presidente Dilma Rousseff decidiu abrir mão de R$ 5,3 bilhões com a correção de 4,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) em 2015.
As medidas foram anunciadas em cadeia nacional de rádio e TV na noite de quarta-feira, uma espécie de pacote de bondades do Dia dos Trabalhadores que incluiu ainda a manutenção da política de valorização do salário mínimo.
O anúncio ocorre num
dos momentos mais críticos para a política fiscal brasileira, em que a
equipe econômica busca recuperar a credibilidade abalada pela
deterioração das contas públicas.
Parte das despesas com o Bolsa
Família - R$ 1,3 bilhão - já vai afetar as contas deste ano. É que o
reajuste do benefício, informou ontem o Ministério do Desenvolvimento
Social, começa a valer já dia 1.º de junho.
Outros R$ 2,3 bilhões ficarão na conta dos gastos do Bolsa Família do presidente que assumirá o cargo em janeiro de 2015.
Os
cálculos foram feitos pelo economista Felipe Salto, da Consultoria
Tendências, com base nos números do ministério, que apontam um gasto
mensal de R$ 213 para 9 milhões de famílias e 36 milhões de brasileiros.
Com o reajuste, o benefício sobe para R$ 234,30.
O ministério não
informou o efeito das medidas nas contas públicas. Já a Fazenda, em
nota, apresentou os novos valores da tabela do IRPF e o impacto da
renúncia fiscal.
A tabela passa a vigorar em janeiro de 2015 para a
declaração de 2016. Segundo a Fazenda, por causa do princípio de
anualidade, as alterações devem ser realizadas em 2014 para ter efeito
em 2015.
Na prática, a presidente está renovando o mesmo valor de
correção anual dos últimos quatro anos, abaixo da inflação. Segundo
cálculos do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal,
a tabela tem defasagem de 61,42%.
"O próximo presidente assume com um abacaxi nas contas públicas", disse Salto.
Segundo
ele, num cenário de receita crescendo em ritmo mais baixo, o presidente
eleito vai ter de elevar impostos e cortar despesas e desonerações
tributárias concedidas para economizar 2,5% do Produto Interno Bruto de
2015 para o superávit primário.
Tabelas. Pela nova tabela, a faixa
de isenção do IRPF sobe para R$ 1.868,22. Na alíquota de 7,5%, ficam os
contribuintes com renda entre R$ 1.868,23 até R$ 2.799,86.
Com
alíquota de 15%, a faixa fica em R$ 2.799,87 até R$ 3.733,19. Na de
22,5%, quem ganha de R$ 3.733,20 até R$ 4.664,68. Na alíquota de 27,5%,
fica, ganhos acima de R$ 4.664,68. As informações são do jornal O Estado
de S. Paulo.
Fonte: Extra - online
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