Começa, na tarde de hoje, a sexta reunião do ano do Comitê de
Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A segunda parte da
reunião do comitê, formado pelos diretores e presidente do BC, será
realizada amanhã (2). Após a reunião de amanhã, o Copom anunciará a
decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic.
A expectativa de
instituições financeiras consultadas pelo BC é de manutenção da Selic no
atual patamar, em 14,25% ao ano. A Selic passou por um ciclo de sete
altas seguidas. Na última reunião, em julho, o Copom aumentou a taxa
básica em 0,5 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Com esse reajuste, a
Selic retomou o nível de outubro de 2006.
A taxa Selic é o
principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle. Quando o
Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso
causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o
crédito e estimulam a poupança.
Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.
Ao
manter a Selic no mesmo patamar, a sinalização é que as elevações
anteriores foram suficientes para provocar os efeitos esperados na
economia. A diretoria do BC tem dito que os efeitos de alta da taxa
básica se acumulam e levam tempo para aparecer.
O BC tem de
perseguir a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário
Nacional. A meta é 4,5%, com limite superior em 6,5%. A projeção do
mercado financeiro sinaliza que a inflação, medida pelo Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), está muito acima do teto da meta,
em 9,28%. No próximo ano, a expectativa é inflação menor (5,51%), mas
ainda acima do centro da meta.
O BC tem prometido entregar a
inflação na meta somente em 2016. Quando a meta é ultrapassada, o
presidente do BC tem de enviar carta aberta ao ministro da Fazenda, com
as explicações para o descumprimento. A última vez que isso aconteceu
foi em 2003, quando a inflação atingiu 9,3%. Naquele ano, a meta era 4%,
com intervalo de tolerância de 2,5%. Mas o BC propôs uma meta ajustada
de 8,5%, que também foi ultrapassada.
No primeiro dia das
reuniões do Copom, os chefes de departamento apresentam dados sobre a
inflação, o nível de atividade econômica, as finanças públicas, a
economia internacional, o câmbio, as reservas internacionais, o mercado
monetário, entre outros assuntos.
No segundo dia, participam da
reunião os diretores e o presidente do BC. O chefe do Departamento de
Estudos e Pesquisas também participa, mas sem direito a voto. Após
análise da perspectiva para a inflação e das alternativas para definir a
Selic, os diretores e o presidente definem a taxa. Assim que a Selic é
definida, o resultado é divulgado à imprensa. Na quinta-feira da semana
seguinte, o BC divulga a ata da reunião, com as explicações sobre a
decisão.
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário