Tingir o cabelo, usar esmalte, maquiagem, cremes para celulite…afinal, o
que pode e o que não pode durante a gestação? A gravidez é uma caixinha
de surpresas no que tange à beleza da mulher. Em algumas, pele e cabelo
dão um verdadeiro show de saúde, já em outras, os hormônios ficam à
flor da pele e causam algumas reações negativas. Se duas ou mais
grávidas conversarem, logo se percebe o conflito.
Enquanto
uma reclama da sensibilidade da pele, que está seca e propensa a
alergias, a outra reclama da oleosidade e do surgimento da acne. De
fato, a acne piora no 1º trimestre da gravidez por causa do aumento do
hormônio progesterona. Você percebe a diferença a partir do quarto mês e
talvez até possa comemorar o desaparecimento.
Neste período, a
microcirculação aumenta e as substâncias são absorvidas com mais
facilidade. Portanto, é de suma importância que a gestante substitua
alguns cosméticos por outros mais suaves ou específicos.
De acordo
com a ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, três
substâncias são vetadas da lista de cosméticos apropriados para as
futuras mamães: cânfora (que pode ser tóxica e levar ao aborto), ureia
acima de 3% (pode afetar a formação e o crescimento do feto) e chumbo
(pode interferir no metabolismo, aumentar a pressão arterial e até
intoxicar a gestante); este último, está presente em diversos cremes
para pernas, pés, cremes hidratantes e colorações.
Qualquer
produto cosmético indicado para gestantes deve conter uma formulação
segura, com fragrância suave, isenção de corantes, hipoalergênico e com
privação total de derivados petroquímicos como vaselina e óleo mineral.
Busque fórmulas que contenham óleos 100% vegetais – como semente de uva,
manteiga de karité, germe de trigo ou amêndoa – que suavizam a pele e
mantêm a camada protetora da derme intacta.
Nenhum produto garante
total proteção contra estrias, afinal, elas estão relacionadas ao
aumento de peso e à alteração hormonal comum da gestação. O ideal é
prevenir! Adote um creme para massagem diária pós-banho (também de
matéria-prima vegetal) e aplique em movimentos circulares. O momento
pode ser aproveitado para estabelecer contato com o bebê. Tenha
preferência por produtos que estão há mais tempo no mercado.
Para
colorir os cabelos utilize os tonalizadores com fitopigmentos naturais.
Tinturas, alisantes e relaxantes não podem ser utilizados de forma
alguma, já que substâncias como amônia, formol e guanidina podem ser
absorvidas e levadas à circulação sanguínea e, assim, serem tóxicas ao
feto. Evitar tingir os cabelos antes das 14ª ou 16ª semanas de gestação,
quando o bebê está se formando.
É essencial a aplicação diária de
filtro solar com uma formulação que proteja da radiação UVA e UVB, com
FPS-14, porém com o mínimo percentual de produtos gordurosos. Limpe e
tonifique a pele diariamente. Evite os produtos que contenham ácidos de
efeito peeling – como o retinoico (um tipo de vitamina A muito usado em
cremes antirrugas e voltado a melhorar o aspecto da pele) ou
tricloroacético – e conservantes como o parabenos (que podem ser
encontrados em shampoos, hidratantes, cremes de barbear, lubrificantes
etc. Pesquisas observaram que eles podem ser tóxicos para as células
humanas).
Os esmaltes estão liberados. Na hora de retirar,
substitua a acetona por removedor hipoalergênico. Não há restrições para
maquiagens, mas vale ressaltar que os cosméticos não são testados em
gestantes por não ser possível controlar os efeitos adversos.
Atenção:
faça uma prova de toque, inclusive com os produtos permitidos. Aplique
um pouco do produto na dobra interna do cotovelo, entre braço e
antebraço, e aguarde 24 horas para observar a presença de algum tipo de
desconforto.
Dr. Thomas Moscovitz – Doutor pela
Faculdade de Medicina da USP. Especialista em: Ginecologia – Obstetrícia
– Videolaparoscopia – Videohisteroscopia. Assistente Voluntário do
Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa de Misericórdia
de São Paulo. Médico Ginecologista na Granmedic.
Fonte: Universo Jatobá
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