No Brasil, das 51,7 milhões de pessoas empregadas no setor privado e
doméstico, 1,5 milhão tinham algum débito financeiro com o empregador
que o impedia de sair do trabalho, o que corresponde a 2,9% do total. O
índice é de 2,5% entre os contratados de forma direta, o que corresponde
a aproximadamente 1 milhão de pessoas, e de 4,3%, (ou 420 mil pessoas)
entre os trabalhadores contratados por empresas intermediárias.
A análise está no suplemento Aspectos das Relações de Trabalho e Sindicalização,
divulgado hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (EBGE). O trabalho, que utilizou dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, foi feito em parceria com o
Ministério do Trabalho e Previdência Social e com a Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
Pela primeira vez, foram aprofundadas as análises das características
de trabalho das pessoas com idade a partir de 16 anos, empregados no
setor privado nas atividades agrícola e não agrícola e trabalhadores
domésticos. O recorte da Pnad traz informações sobre formas de inserção
no mercado de trabalho para pessoas com 10 anos ou mais.
De
acordo com o IBGE, o objetivo do levantamento foi ampliar a base de
conhecimento sobre os indicadores de trabalho decente e consequente
elaboração de políticas públicas relacionadas ao tema, segundo preconiza
a OIT: que confiram a promoção das normas internacionais do trabalho, a
geração de empregos produtivos e de qualidade para homens e mulheres, a
extensão da proteção social e a promoção do tripartismo e do diálogo
social.
Sem remuneração
A pesquisa aponta
também que 205 mil pessoas são consideradas empregadas sem remuneração.
Desse total, 185 mil estão em atividades não agrícolas e 20 mil em
atividades agrícolas. Isso corresponde a 0,4% e 0,5% do total de
empregados nesses setores, respectivamente. De acordo com o
levantamento, a maioria deles são familiares dos donos das empresas e
não recebiam remuneração direta.
Sobre os direitos e benefícios,
do total de empregados, 58,6% não recebiam auxílio-alimentação, 14,8%
não tinham flexibilidade de horário, 37,3% não tinham acesso a
capacitação profissional e 51% não recebiam benefícios sociais
complementares. O Sudeste é a região com maior percentual de empregados
com auxílio-alimentação (48,8%) e o menor percentual é no Nordeste
(32,4%).
Fonte: EBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário