A produção industrial cresceu de forma intensa e disseminada em
março em relação a fevereiro, conforme avaliação da Confederação
Nacional da Indústria (CNI). O índice de evolução da produção, que
registrou 54,8 pontos, é o maior para o mês desde 2011. Apesar da alta, o
setor continuou reduzindo as vagas de trabalho – o indicador de
evolução do emprego chegou a crescer, mas ficou abaixo dos 50 pontos
(47,5 pontos).
As informações fazem parte da pesquisa
Sondagem Industrial, divulgada hoje (26) pela entidade. Os índices
variam de 0 a 100, sendo que os que ficam acima de 50 pontos indicam
aumento na produção e no emprego e os que ficam abaixo sinalizam queda
na produção e no emprego. A última edição do levantamento foi realizada
entre os dias 3 e 17 deste mês e ouviu 2.339 empresas.
De acordo
com os dados, a indústria operou, em média, com 65% da capacidade
instalada, uma alta de 2 pontos percentuais na comparação com fevereiro.
Foi o primeiro crescimento da utilização da capacidade instalada (UCI)
após três meses consecutivos em 63%. “Apesar do aumento no indicador, a
ociosidade na indústria continua elevada, já que a UCI está 6 pontos
percentuais abaixo da média histórica para março”, destacou a CNI.
Já
a utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual
cresceu 3,5 pontos frente a fevereiro e atingiu 41,2 pontos – maior alta
no indicador desde abril de 2010. “Embora ainda mostre considerável
ociosidade do parque produtivo em relação ao usual para março, pois o
índice permanece bem inferior a 50 pontos, o indicador revela que a
diferença entre a UCI usual e a efetiva é a menor desde dezembro de
2014”, assinalou a pesquisa.
Ainda de acordo com a Sondagem
Industrial, os estoques permaneceram praticamente estáveis, com índice
de evolução em 49,1 pontos em março, próximo da linha de 50 pontos. Além
disso, eles se mantiveram perto do planejado pelas empresas, cujo
indicador foi de 50,3 pontos no mês passado.
Situação financeira
Segundo a CNI, as
empresas continuam insatisfeitas com a situação financeira e com o lucro
operacional no primeiro trimestre, cujos índices ficaram abaixo de 50
pontos. O indicador de satisfação financeira aumentou 0,5 ponto em
comparação ao quarto trimestre do ano passado e ficou em 42,8 pontos. Já
o índice de satisfação com o lucro operacional teve alta de 0,3 ponto e
alcançou 38,2 pontos no primeiro trimestre.
“O ranking
de problemas enfrentados pela indústria nos primeiros três meses do ano
manteve-se inalterado frente ao do último trimestre de 2016. A elevada
carga tributária foi apontada como o principal problema, com 48,1% das
assinalações, um crescimento de 2,2 pontos percentuais sobre o trimestre
anterior. A falta de demanda, apontada por 40,4% das empresas, foi o
segundo maior desafio para as empresas, e a taxa de juros elevada se
manteve na terceira posição, assinalada por 24,2% dos entrevistados.”
Mais otimismo
Também
de acordo com a pesquisa, todos os índices de expectativas cresceram em
abril na comparação com março. O indicador de demanda teve o segundo
aumento consecutivo e atingiu 56,2 pontos neste mês. O índice de
expectativa de compras de matérias-primas registrou 53,7 pontos em
abril, o maior valor desde maio de 2014. O indicador de quantidade
exportada atingiu 54 pontos e foi o maior desde agosto de 2013,
sinalizando perspectivas de crescimento nas vendas para o mercado
externo.
Já o índice de expectativas para número de empregados,
embora tenha registrado crescimento pelo segundo mês seguido, continua
abaixo de 50 pontos – atingiu 49,1 pontos em abril. “No entanto, é o
maior desde maio de 2014, sinalizando que os empresários ainda devem
reduzir as vagas de trabalho na indústria, mas em ritmo menor”, informou
a CNI.
Investimentos
A confederação
reforçou que a intenção de investimentos no setor continua melhorando,
embora o indicador se mantenha abaixo da linha de 50 pontos. Com aumento
apenas de 0,4 ponto frente a março, o índice foi de 47 pontos em abril.
Na comparação com abril do ano passado, o indicador está 8 pontos
maior.
Fonte: Agência Brasil
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