Do total de 94,4 milhões de trabalhadores no Brasil, 18,4 milhões são
sindicalizados, o que corresponde a 19,5%. Esse é o maior percentual
desde 2004. É o que aponta o suplemento Aspectos das Relações de Trabalho e Sindicalização,
que utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad) 2015, divulgado hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O trabalho foi feito em parceria com o Ministério
do Trabalho e Previdência Social e com a Organização Internacional do
Trabalho (OIT).
O objetivo do levantamento foi obter informações
abrangentes sobre a densidade sindical no Brasil, “haja vista sua
importância para a ampliação e o fortalecimento da democracia e,
consequentemente, o desenvolvimento social no país”, diz a publicação. O
tema sindicalização foi abordado com o público de 16 anos ou mais que
estava ocupado na semana de referência.
O IBGE destaca que,
apesar de a população ocupada ter diminuído 3,8% de 2014 para 2015, ou
3,7 milhões de trabalhadores, o número de sindicalizados aumentou 11,4%
(ou 1,9 milhão de pessoas a mais). O maior percentual de trabalhadores
sindicalizados está no setor de atividades industriais, com 36,8%,
seguido de educação, saúde e serviços sociais, com 30,2%. O menor
percentual está nos serviços domésticos, com 4%, seguido da construção
civil, com 9,3%.
Participação
Dos sindicalizados, 57,7% eram associados a sindicatos de empregados
urbanos e 50,8% disseram acreditar que o sindicato defende os direitos
dos trabalhadores. No entanto, a participação nos sindicatos é baixa:
79,1% não usavam os serviços oferecidos pela entidade e 81,2% não iam às
atividades promovidas.
Entre os que participam das atividades
promovidas pelo sindicato, 76,8% vão às assembleias, 33% às
manifestações, 56,3% participam de palestras, cursos e debates, 46,1%
vão a eventos comemorativos e 26,9% participam das atividades de lazer
ou esportivas.
Dos trabalhadores associados a sindicatos, 82,5%
disseram que a entidade não participa de negociação ou dissídio
coletivo. Dos sindicatos que participam de negociação com o empregador,
92,2% tratou de rendimento monetário, 56,9% de benefícios, 47,2% para
treinamento, capacitação ou igualdade de oportunidade e de tratamento,
43% sobre jornada de trabalho e 40,4% sobre condições de saúde e
segurança do trabalho.
Já entre os que utilizavam os serviços
oferecidos pelo sindicato, 39,9% usaram o atendimento jurídico, 40,5% o
atendimento médico ou odontológico e 20,3% os convênios com
estabelecimento comercial ou de serviço. Do total, 93,6% não usavam os
convênios com instituições de ensino, curso ou creche.
Não sindicalizados
Entre
os trabalhadores não sindicalizados, que somam 83,1 milhões (80,9% do
total), 26,4% disseram não conhecer o sindicato que representa a
categoria, 23,6% disseram que a entidade não tinha serviços de seu
interesse e 16,6% disseram não acreditar no sindicato ou que a entidade
não representava seus interesses. Apenas 0,6% dos não associados
participavam de atividades promovidas pelo sindicato.
O IBGE
também analisou, na Pnad 2015, a fecundidade, nupcialidade, cuidados das
crianças com menos de 4 anos, acesso à internet e telefone móvel para
uso pessoal e acesso à televisão. Essas análises já foram divulgadas.
Ainda será divulgado um suplemento sobre prática de esportes e
atividades físicas.
Fonte: Agência Brasil
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