O setor de serviços apresentou em todo o país, em fevereiro,
crescimento de 0,7%. A alta é em comparação a janeiro, quando houve
elevação de 0,2%. Em dezembro, o avanço foi de 0,6%. Os dados foram
divulgados hoje (13), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
No entanto, na série sem ajuste
sazonal, em relação a fevereiro de 2016, o setor teve recuo de 5,1%,
após quedas em janeiro (3,5%) e dezembro (5,7%). Segundo o IBGE, com
esses resultados, a taxa acumulada no ano apresenta redução de 4,3% e,
nos últimos 12 meses, de 5%.
O segmento de serviços prestados às
famílias se destacou em fevereiro (0,6%) na comparação com janeiro. Os
transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio tiveram
crescimento de 0,5% e serviços profissionais, administrativos e
complementares de 0,2%.
As quedas ficaram com os segmentos de
serviços de informação e comunicação (1,5%) e outros serviços (0,5%). O
IBGE destacou que o agregado especial das atividades turísticas anotou
crescimento de 0,2% na comparação com janeiro.
Estados
Os
maiores taxas de crescimento entre janeiro e fevereiro foram observadas
em Rondônia (9,1%), Mato Grosso (8,5%) e Acre (2,5%). Já as maiores
quedas ocorreram no Ceará (9,8%), Espírito Santo (5,3%) e Pernambuco
(5,2%). Mas quando a comparação é com fevereiro de 2016, na série sem
ajustes, Piauí (10%), Mato Grosso (3%) e Acre (0,5%) registraram as
maiores altas, enquanto as maiores quedas foram em Tocantins (25,2%),
Amapá (18,9%) e Rondônia (18%).
O Distrito Federal se destacou
nas atividades turísticas entre janeiro e fevereiro. Teve crescimento de
24%, seguido de São Paulo (5,6%) e Goiás (2,7%). Nove estados acusaram
variações negativas: Pernambuco (-14,7%), Espírito Santo (-6,5%), Bahia
(-5,1%), Rio de Janeiro (-3,3%), Ceará (-2,4%), Santa Catarina (-2,3%),
Paraná (-2,0%), Rio Grande do Sul (-1,4%) e Minas Gerais (-0,9%).
Em
relação a fevereiro de 2016, Goiás (16,6%), Santa Catarina (8,0%) e
Minas Gerais (3,1%) registraram desempenho positivo e as variações
ocorreram no Rio de Janeiro (-18,8%), Espírito Santo e Distrito Federal
(-17,1%), São Paulo (-11,2%), Rio Grande do Sul (-8,1%), Paraná (-5,0%),
Pernambuco (-3,1%), Ceará (-2,3%) e Bahia (-1,8%).
Crescimento real
Para
o técnico da Coordenação das Estatísticas dos Serviços e Comércio do
IBGE, Roberto Saldanha, o setor de serviços vem apresentando crescimento
real e, nos últimos quatro meses, segue a expansão do setor industrial.
“Se acompanharmos desde novembro do ano passado, os gráficos vêm
apresentando uma tendência de alta. A se continuar o crescimento da
indústria, o setor de serviços vai seguir esta tendência”.
Na
visão de Saldanha, isso é muito positivo na medida em que o setor
industrial apresenta crescimentos constantes, implica maior contratação
de serviços, em especial, de transporte de cargas, diante da maior
demanda de transporte consumo de matérias-primas e também para a
distribuição da sua produção final.
Ele destacou que mensalmente o
maior crescimento contínuo do setor industrial tem beneficiado a área
de serviços. Outro fator a se observar, disse, é o crescimento nos
serviços prestados às famílias, em que pese ainda existirem taxas de
desemprego em um nível não adequado e queda na renda das famílias. A
ajuda para melhorar o desempenho dos serviços pode estar na
estabilização de preços.
“A gente vem verificando um crescimento
no consumo desses serviços prestados às famílias, o que se pode creditar
a uma estabilização dos preços. Com preços mais estáveis, as famílias
se mostram mais propensas a consumir alimentação fora de casa e serviços
de hotelaria em geral”, explicou.
Consumo pode ser aquecido
Para
o técnico, os dados indicam que o pior já passou para o setor de
serviços, mas um desempenho significativo ainda depende da permanência
da melhoria do setor industrial. Poderia ainda haver um reforço, caso
houvesse maior contratação dos três níveis de governo. “Ele [setor de
serviços] tem essa tendência de acompanhar o setor industrial. Em se
verificando uma retomada de contratação, a tendência é o setor de
serviços ter um maior nível de crescimento”, afirmou.
Segundo
Saldanha, o nível da taxa de desemprego ainda é um entrave para a
retomada do setor de serviços. “Acho que uma taxa de desemprego
indesejável, em um patamar mais elevado, prejudica a retomada do consumo
por parte das famílias, então uma taxa de crescimento maior com um
maior nível de renda das famílias, tudo isso aquece o consumo tanto do
comércio como dos serviços prestados às famílias”, finalizou.
Fonte: EBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário