A inflação alta reedita velhos hábitos como os dos pequenos comércios
de bairros, que sempre vendiam de tudo, mas com um preço sempre um
pouco mais alto do que nos grandes supermercados. A novidade é que esses
estabelecimentos voltaram a praticar o fiado, que é o ato de vender sem
receber
na hora, anotando e acumulando as compras de cada cliente, para fazer o
acerto mais ou menos a cada 30 dias. Normalmente quando o cliente
recebe o salário ele faz o pagamento total ou parcial das compras
acumuladas no período.
O termo fiado deriva de fiador, de confiança,
ou seja, da credibilidade do comprador junto ao comprador, por isso é
adotado em pequenos negócios de bairro ou de rua, em que as pessoas se
conhecem, se respeitam e confiam uma nas outras.
Em época
de automação tecnológica, maquinas de débito e crédito, uma
característica curiosa é que muitos comércios voltaram a usar o velho
caderno com anotações manuais para controlar as compras fiadas. Alguns
adotam, adicionalmente, um bloquinho de notas com folhas carbonadas para
o cliente assinar e cada parte ficar com uma via de controle da venda
fiada.
O pequeno negócio vende mais caro do que a média do
comércio, mas para muitos é uma forma de não usar o cartão de crédito no
grande supermercado, principalmente quando já sabe que o orçamento está
furado e que os juros do atraso são muito mais altos do que o acréscimo
nos preços das transações fiadas.
Fonte: O Dia
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