O
Brasil tem um dos melhores programas de imunização do mundo, mas a
população ainda não tem o costume de manter o calendário de vacinação
atualizado. A avaliação é da presidente da Comissão de Revisão de
Calendários da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella
Ballalai, na véspera do Dia Nacional da Imunização, comemorado nesta
segunda-feira (9).
“O
brasileiro costuma se preocupar com a doença apenas quando ela assusta.
É justamente o caso da gripe, banalizada, apesar de causar, segundo a
Organização Mundial da Saúde, entre 250 mil e 500 mil mortes ao ano”,
comparou.
Os calendários de vacinação para todas as faixas etárias podem ser consultados no site da associação, com indicações sobre disponibilidade das vacina em postos de saúde ou somente em clínicas privadas.
Além
de manter as vacinas em dia, a SBIm ressalta a importância de projetos
educativos e da vacinação nas escolas para o aumento do número de
imunizados.
Isabella
cita a vacinação contra o HPV (papiloma vírus humano), por exemplo,
que, de acordo com o Ministério da Saúde, superou a meta de 80% do
público-alvo. Segundo a médica da SBIm, o sucesso da campanha da
primeira dose deve-se principalmente à forte presença de agentes de
saúde nas escolas das redes pública e privada orientando e
conscientizando os adolescentes a se vacinarem.
“Quando
você facilita o acesso e orienta esse adolescente, ele adere à
vacinação. Outros países, como a Inglaterra e a Austrália já fazem a
vacinação do adolescente não só para o HPV, como também da hepatite B,
entre outras”, explicou a médica ao defender a adoção dessa política
pelo Brasil.
O
êxito da campanha, porém, pode não se repetir caso a segunda e a
terceira dose da vacina contra o HPV não sejam aplicadas também nas
escolas. “Em países como os Estados Unidos, onde a vacina é oferecida
apenas em postos de saúde, a cobertura fica em 30% a 40% [do
público-alvo] e em países que oferecem a vacina nas escolas, a cobertura
fica em 85% e 90%”, comparou. A segunda dose deve ser aplicada seis
meses após a primeira; e a terceira, cinco anos depois da primeira dose.
A
exemplo da vacinação contra o HPV nas escolas, Isabella Ballalai
defende que o mesmo seja feito para evitar a meningite meningocócica.
Segundo ela, a imunização nas escolas poderia reduzir significativamente
a circulação da doença, visto que os adolescentes estão entre as faixas
etárias em que a infecção é mais recorrente.
“A
incidência meningocócica é maior no primeiro ano de vida, mas se
vacinarmos também os adolescentes, como faz a Inglaterra, diminuiremos a
circulação e haverá uma queda importantíssima da doença. É o que
chamamos de proteção coletiva”, explicou.
Fonte: Agencia Brasil
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