Nutrólogo explica que a manteiga contém vitamina A, D e proteína.
Paixão nacional, o pão francês é o alimento oficial do café da manhã dos brasileiros. A diferença fica por conta do que se põe nele: manteiga ou margarina. É aí que começa a discussão quase tão acirrada como as de torcida de futebol. Qual das duas é mais saudável?
Por muito tempo, a manteiga foi considerada vilã por conta da gordura saturada. Hoje, sabe-se que essa gordura, em pequena quantidade, não é tão maléfica como se pinta. “Essa gordura está presente no leite, queijo amarelo, carne vermelha. Com moderação em pessoas saudáveis, ela não vai trazer problemas à saúde. Não é criminoso passar um pouco de manteiga no pão, desde que a pessoa não esteja com o colesterol alto”, explica o nutrólogo Roberto Navarro.
A moderação a que o médico se refere são duas pontas de faca – aquela “raspadinha” que se dá na manteiga – por dia, ou uma colher de sobremesa diária. Assim, quem está com a saúde em dia vai se beneficiar das vitaminas que a manteiga proporciona.
Por outro lado, a margarina é criticada porque em seu processo de fabricação há a hidrogenação do óleo, o que gera a famigerada gordura trans. “O óleo vegetal não tem como virar pasta, então a indústria descobriu que, quando joga hidrogênio no óleo, ele fica com aquela textura. Essa gordura é muito maléfica à saúde, muito mais que a gordura saturada, faz um estrago muito maior nos vasos sanguíneos, eleva risco de infarto e AVC por entupir os vasos”, explica Navarro.
Mas há uma ressalva: teoricamente, de um tempo para cá, a indústria não está mais usando a gordura trans hidrogenada. “Ela foi retirada, mas não sabemos ainda como. Então, a margarina está livre de gordura trans, mas ficamos sem saber se o processo é confiável ou não”, explica.
Inclusive, acrescenta Navarro, a margarina agora pode diminuir o colesterol. Há marcas que acrescentam fitoesterol - encontrado em alguns vegetais -, que ajudam a controlar o colesterol. A recomendação máxima de ingestão de margarina também é a mesma da manteiga: uma colher de sobremesa por dia.
Outra questão que coloca tanto manteiga como margarina na parede é a oxidação. Gorduras que oxidam, nos “enferrujam” por dentro. “Todo processo de oxidação tem potencial de entupir mais os vasos sanguíneos”, explica Navarro.
Nesse quesito, a manteiga sai ganhando, por ter potencial mais baixo de oxidação. A margarina é por si só oxidada.
Nem tudo está perdido. Há solução para aqueles que querem abandonar de vez as gorduras e, mesmo assim, continuar desfrutando do filão quentinho todas as manhãs. É só trocar as duas pelo óleo de oliva.
Com direito a receita do nutrólogo. Para preparar, é simples: basta colocar 200 ml de óleo de oliva no liquidificador, adicionar uma colher de café de sal marinho, meio dente de alho e bater. Vai formar uma pastinha, depois é só guardar na geladeira e passar no pão, explica. “É a gordura que é mais tranquila para a saúde, pois é um óleo saudável e tem ômega 9”, diz Navarro.
O nutrólogo indica usar requeijão light, ricota light e creme de ricota light. “A versão light está com pouca gordura saturada, então pode ser uma alternativa à manteiga e margarina”, explica.
Mas não são apenas esses os benefícios desses laticínios para a saúde. Como o pão, quando ingerido, se transforma rapidamente em glicose e eleva a quantidade de açúcar circulante no sangue – podendo levar ao diabetes ou ao corpo estocar gordura -, a proteína dos derivados do leite ajuda a barrar esse pico de glicose. Isso fará com que o organismo tenha tempo de usar a glicose em forma de energia e não estoque em forma de gordurinhas extras.
Enfim, dá para ser saudável consumindo manteiga e margarina. A escolha fica a gosto do freguês. Mas, se a ideia é ser supersaudável, use o óleo de oliva.
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Fonte: IG
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