A cirurgia bariátrica para redução de estômago supera
outros tratamentos por conseguir levar pacientes obesos à remissão da
diabetes tipo 2, revelou um estudo sueco publicado nesta terça-feira.
A
pesquisa, que será divulgada na edição desta quarta-feira do Jornal da
Associação Médica Americana (JAMA), também revelou que o procedimento
está vinculado a um número menor de complicações relacionadas com a
diabetes nas pessoas que estão severamente acima do peso.
As
descobertas vêm à tona em um momento em que obesidade e diabetes
alcançam proporções de epidemia, acarretando um caro problema de saúde.
Nos
Estados Unidos, mais de 29 milhões de pessoas - ou 9,3% da população -
tinha diabetes em 2012, enquanto estimativas dos Centros de Controle e
Prevenção de Doenças (CDC) apontavam para uma cifra de 26 milhões dois
anos atrás.
Tratar a doença e suas complicações relacionadas
custaram US$ 245 bilhões em gastos médicos em 2012, uma cifra muito
superior aos US$ 174 bilhões de cinco anos antes.
Realizada por
uma equipe de cientistas chefiada por Lars Sjostrom, da Universidade de
Gotemburgo, a pesquisa consistiu em um acompanhamento do Estudo Sueco
sobre Indivíduos Obesos.
O tempo de acompanhamento médio foi de
18,1 anos para pessoas que se submeteram à cirurgia e de 17,6 anos para o
grupo de controle, com a finalidade de determinar os efeitos de longo
prazo dos procedimentos bariátricos, da remissão de diabetes e das
complicações vinculadas à diabetes.
Os autores descobriram que a
proporção de pessoas com diabetes tipo 2 que fizeram cirurgia bariátrica
e estavam em remissão era de 72,3% dois anos depois do procedimento
contra 16,4% no grupo de controle.
Quinze anos depois, as taxas de
remissão de diabetes foram de 30,4% entre os que fizeram a cirurgia,
significativamente maior do que os 6,5% de remissão no grupo de
controle.
Todos os tipos de cirurgia bariátrica - inclusive o
bypass gástrico, bem como procedimentos com bandas ou anéis ajustáveis e
não ajustáveis - "foram associados com taxas mais elevadas de remissão
em comparação com o tratamento usual", destacou um comunicado que
anunciou o estudo.
Além disso, segundo os autores, este tipo de
cirurgia também está vinculada com uma incidência menor de complicações
micro e macrovasculares, embora tenham alertado que as descobertas
precisam de confirmação por meio de testes aleatórios.
De acordo
com dados dos CDC, divulgados esta terça-feira, uma em cada quatro
pessoas com diabetes nos Estados Unidos não sabe que tem a doença.
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