Revisão de FGTS pode dobrar o saldo. Saiba quanto você pode ganhar.
Se a Justiça decidir a favor dos trabalhadores, Caixa terá que desembolsar R$ 200 bilhõesA discussão sobre o índice a ser usado para corrigir o saldo das contas de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) ganhou um novo capítulo nesta semana, quando a DPU (Defensoria Pública da União) entrou com uma ação coletiva na Justiça Federal no Rio Grande do Sul.
Se a Justiça decidir a favor dos trabalhadores, Caixa terá que desembolsar R$ 200 bilhõesA discussão sobre o índice a ser usado para corrigir o saldo das contas de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) ganhou um novo capítulo nesta semana, quando a DPU (Defensoria Pública da União) entrou com uma ação coletiva na Justiça Federal no Rio Grande do Sul.
Se o juiz der ganho de causa para os trabalhadores, o saldo
do fundo de garantia pode dobrar de valor, segundo o Instituto FGTS
Fácil. Confira abaixo alguns exemplos da diferença na remuneração desde
1999 a janeiro deste ano.
Atualmente, o saldo das contas do fundo
de garantia de todos os trabalhadores com carteira assinada é corrigido
pela TR (Taxa Referencial) mais 3% ao ano. No entanto, esse cálculo não
reflete a inflação. Com isso, os trabalhadores estão perdendo o poder de
compra.
Segundo
o presidente do Instituto FGTS Fácil, Mario Alberto Avelino, os
trabalhadores precisam saber exatamente quanto eles têm em conta para
calcular o que teriam direito se o saldo fosse corrigido pelo INPC
(Índice Nacional de Preço ao Consumidor), por exemplo.
— Criamos
uma ferramenta gratuita para que todas as pessoas possam saber o quanto
terão de correção. Mas os trabalhadores não devem ficar esperando uma
decisão sobre essa ação na Justiça gaúcha. Cada profissional deve entrar
com uma ação, seja individual, em grupo de até dez pessoas ou por meio
dos sindicatos, com cobrança simbólica que vai de R$ 5 a R$ 10.
De acordo com Avelino, se a Justiça decidir que os trabalhadores têm direito a receber a correção pelo INPC, no lugar do cálculo atual, haverá um impacto de R$ 200 bilhões.
De acordo com Avelino, se a Justiça decidir que os trabalhadores têm direito a receber a correção pelo INPC, no lugar do cálculo atual, haverá um impacto de R$ 200 bilhões.
— Apenas de multas por demissão sem justa causa nesse período, as empresas deixaram de pagar R$ 50 bilhões.
Devo entrar com ação?
O
advogado Carlos Henrique Crosara Delgado, tributarista do escritório
Leite, Tosto e Barros, afirma que os trabalhadores devem entrar com ação
o quanto antes, até para ter a segurança de que vão receber a diferença
caso a Justiça limite a correção no tempo.
— Para não haver um
colapso com a quantidade de dinheiro a ser paga, e para que a Caixa
tenha condição de pagar, a Justiça pode dar o reajuste apenas a quem
entrou com ação até uma determinada data. Por isso, é interessante
aproveitar o momento e entrar com uma ação.
Já o advogado Geraldo
Wetzel Neto, sócio do Bornholdt Advogados, diz que o trabalhador pode
esperar um pouco antes de entrar com uma ação e observar a sinalização
dos Tribunais Regionais.
— Entrar com uma ação agora só vai pagar
os honorários. Além de passar pelos tribunais regionais, esse caso ainda
será encaminhado para Brasília.
A ação da defensoria se une a
outras 39 mil que estão na primeira instância e aguardam uma solução
definitiva da Justiça. Das que foram avaliadas, a Caixa ganhou 18 mil e
perdeu 15.
A polêmica sobre o índice de correção a ser adotado só
deve ser resolvida definitivamente após a questão chegar ao STF (Supremo
Tribunal Federal), o que pode levar três ou quatro anos, segundo os
especialistas. No julgamento sobre o valor de correção de precatórios, o
STF decidiu que deve ser utilizado o índice de inflação e não o da
poupança.
Fonte: R7
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