Apesar
de representar um avanço em relação a 2012, a grande maioria de
indivíduos que usam celular (90,5 milhões) ainda está fora dessa
realidade, de acordo com a pesquisa TIC Domicílios do Cetic.br, entidade
ligada ao Comitê Gestor da Internet (CGI.Br), divulgada nesta
quinta-feira, 26.
O levantamento, realizado com
uma amostra de 16.887 pessoas entre setembro de 2013 e fevereiro de 2014
em 350 cidades, mostrou que havia 143 milhões de usuários de telefone
celular no país, o que representa cerca de 85% da população.
Para
efeito de comparação, de acordo com dados da Anatel em maio, havia
275,45 milhões de acessos de celular de todas as tecnologias.
Naturalmente,
há muitos acessos contabilizados de um mesmo indivíduo na base da
agência, que são usuários com mais de um chip de diferentes operadoras,
bem como as conexões máquina-a-máquina.
Assim como nos acessos fixos à internet, há disparidade entre classes sociais, mas a diferença é bem menor.
A
pesquisa indica que as classes A e B estão com, respectivamente, 97% e
94% de penetração de telefonia móvel, enquanto a classe C tem 87%.
As
classes D e E juntas possuem 69%. Ainda de acordo com a pesquisa do
Cetic.br, 87% da população urbana utiliza celular, enquanto nas áreas
rurais o percentual é de 73%.
É interessante notar
que somente na classe A a maioria (58%) possui plano pós-pago. Na
classe B, 77% possuem pré-pago, enquanto nas classes C e D/E, os
percentuais são de 91% e 92%.
No total, o Brasil
ainda é dominado por acessos pré-pagos, com 86% dos indivíduos alegando
possuir esse tipo de plano e 13% respondendo que possuem pós-pago (1%
das pessoas não sabiam ou não quiseram responder).
Internet no celular
Quando se fala de internet móvel, os números são mais modestos, com 52,5 milhões de usuários, ou 31% da população brasileira.
De
acordo com os dados da Anatel de maio, a banda larga móvel no país
contava com 123,63 milhões de acessos, incluindo total de handsets,
modems e tablets 3G e terminais 4G.
O Cetic.br
afirma que encontrou dificuldade em obter informações dos usuários sobre
qual tipo de tecnologia de rede móvel possuíam e, por isso, decidiram
incluir o 3G e o 4G em uma mesma categoria.
No
total, entre os que usam internet no celular, 75% dos entrevistados
afirmam ser usuárias de banda larga móvel, com 24% dizendo que não usam e
1% dizendo que não sabem.
Ainda no mesmo universo, 62% afirmaram usar o Wi-Fi, 37% disseram não usar e 1% não souberam responder.
Dos que acessam redes móveis 3G e 4G, as classes A e B possuem 76% de penetração.
Na
classe C, o percentual é de 73%, e nas classes D/E, o percentual também
é de 76% (embora 4% tenham afirmado não saber responder).
Notável
é que os usuários de internet das áreas rurais afirmam usar mais o 3G e
o 4G dos que os de áreas urbanas – 82% contra 74%.
Comportamento
Do
total da população por faixa etária, 45% dos indivíduos de 10 a 15 anos
usam internet no celular; 61% daqueles de 16 a 24 anos; 44% de 25 a 34
anos; 25% de 35 a 44 anos; 11% de 45 a 59 anos; e 3% das pessoas com 60
anos ou mais.
Na divisão por classe social, 69% da classe A
acessa a banda larga móvel, 48% da classe B, 29% da classe C e 11% das
classes D e E.
Isso significa que, apesar do
crescimento de 11 pontos percentuais na penetração em relação a 2012, o
uso da internet móvel ainda não é tão difundido no país.
No
questionário de comportamento, o levantamento indica que 99% dos
usuários de celular o utilizam para efetuar e receber chamadas, enquanto
66% o utilizam para enviar SMS, 55% usam para tirar fotos, 54% para
ouvir músicas, 36% para jogar e 33% para assistir a vídeos.
Só
depois disso tudo, com 30%, é que aparece o uso de redes sociais. Vale
lembrar que algumas operadoras oferecem em planos pré-pagos acessos
gratuitos a serviços como Facebook e Twitter.
O
compartilhamento de fotos, vídeos ou textos é feito por 26% das pessoas;
25% acessam e-mail; 23% navegam em sites; 23% baixam aplicativos; e 20%
usam mapas.
Políticas públicas
"Ainda
temos um caminho a percorrer (para resolver as) disparidades regionais e
de classe, mas celular é uma forma de inclusão social mais rápida",
afirma o gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa.
"Dependemos
de outras variáveis, como o custo que se paga hoje para usar o celular,
sobretudo a internet móvel, pois temos tarifas muito caras", afirma.
Embora
reconheça o sucesso dos pacotes pré-pagos que promovem acesso gratuito a
redes sociais, ele ressalta que ainda é preciso trabalhar mais para
proporcionar uma inclusão maior.
De acordo com o
coordenador de pesquisa do Cetic.br, Winston Oyadomari, o motivo mais
citado pelas classes D e E pelo qual não usam a internet móvel é a falta
de um dispositivo adequado para isso.
"45% dos indivíduos da D/E que usam celular não usam internet porque não têm um smartphone", explica.
Fonte: Exame
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