Das 696 unidades de negociação analisadas pelo Sistema de Acompanhamento de Salários do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (SAS-Dieese), 98% conquistaram aumento real para os pisos salariais no ano passado, usando como base a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o órgão, que divulgou o estudo nesta quinta-feira, 25, o resultado corrobora os dados já observados no Balanço dos Reajustes Salariais de 2012, divulgado em março passado.
O Dieese destaca que o resultado é positivo não apenas pelo elevado porcentual de negociação com aumento real nos pisos salariais, mas também pela magnitude desse ganho. Em 2012, o aumento real médio dos pisos salariais foi de 5,68% acima da inflação medida pelo INPC.
Em relação aos valores estabelecidos para os pisos, quase 7% correspondiam ao salário mínimo vigente em 2012, de R$ 622,00, 25% tinham valor de até R$ 664,50 e metade, até R$ 729,70. O valor médio dos pisos analisados foi de R$ 802,89. Na comparação entre os setores econômicos, os pisos salariais definidos na indústria (mediana de R$ 750) e nos serviços (R$ 738,50) foram, no geral, maiores do que os negociados no comércio (R$ 685).
O Salário Mínimo Necessário calculado pelo Dieese para 2012 apresentou variação entre R$ 2.295,58, registrado em março, e R$ 2.617,33, observado em outubro, apresentando um valor médio anual de R$ 2.463,80. No ano passado, apenas uma unidades de negociação definiu piso salarial superior ao valor médio anual do Salário Mínimo Necessário: serviços de saúde privada (R$ 3.150) e Comunicação, publicidade e jornalismo ficou bem próximo (R$ 2.455).
De acordo com o Dieese, a elevação maior dos pisos salariais frente à dos demais salários "pode, a médio e longo prazo, reduzir a dispersão salarial no interior das categorias, resultado que ainda precisa ser estudado". "Por ora, cabe apenas afirmar que os pisos salariais têm se valorizado acima do patamar dos demais salários, e isso tem sido resultado tanto da intensa mobilização das diferentes categorias em torno da sua valorização, quanto da política de valorização do salário mínimo", afirmou, em nota.
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