Dentre as amigas, colegas e conhecidas grávidas que conheço, a
alimentação pode ser um tabu. Mesmo porque todo mundo tem um conselho a
dar às gestantes. Ditos populares como “na gravidez você come por dois”
podem gerar confusão na cabeça já cheia de hormônios da futura mamãe.
Para não cair em armadilhas ou ficar confusa, a futura mamãe precisa
saber diferenciar os mitos da realidade.
É
consenso entre os especialistas que a alimentação balanceada e rica em
nutrientes durante a gestação contribui fortemente para a boa formação
do bebê e também para a saúde e manutenção do peso da gestante. As boas
escolhas alimentares ajudam a combater a fadiga, as náuseas – mais
comuns no primeiro trimestre – e a azia, mais frequente no terceiro
trimestre da gravidez. O ginecologista obstetra costuma prescrever
suplementos caso a caso. A suplementação de ácido fólico, inclusive
antes de engravidar, é unanimidade entre os médicos e é prescrita para
evitar má-formação fetal.
De acordo com o
nutrólogo Dr.Mohamad Barakat, consultor da Netfarma, na gestação é
necessário consumir, diariamente, os mais variados alimentos, de forma a
balancear carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais, entre outros
nutrientes essenciais para o organismo do bebê e da mamãe. Na realidade,
100% da alimentação do bebê é fornecido pela ingestão materna. “É
fundamental que a gestante tenha um especial cuidado na escolha dos
alimentos. Ela deve evitar pratos gordurosos e condimentados, bebidas
alcoólicas e refrigerantes e apostar nas frutas e legumes crus e bem
higienizados, nas carnes brancas e magras, nas massas com molhos leves
como o de tomate, na boa ingestão de água, nos grãos e laticínios
desnatados”, afirma o especialista. Porém, ela não deve procurar
emagrecer. “A gravidez não é o momento para isso. O ganho de peso deve
ser gradual, de em média 11kg a 13 kg no total”, ele afirma.
Confira quatro mitos sobre a alimentação na gravidez listados pelo Dr. Mohamad Barakat:
1.
Na gravidez a mulher pode comer por dois – É comum que ocorra um
aumento de apetite na gravidez. Segundo o nutrólogo consultor da
farmácia online Netfarma, isso ocorre por conta da ação do hormônio
progesterona, mas isso não significa que a mulher deve dobrar sua
alimentação. “A quantidade de nutrientes de que o bebê necessita na
gestação não é a mesma da mãe. Consumir cerca de 300 a 500 calorias a
mais, por dia, já o suficiente”, diz. Comer demais e ganhar peso de
forma desenfreada é perigoso para a saúde da mamãe e do bebê e pode
desencadear problemas como diabetes gestacional e hipertensão.
2.
“Desejos” por alimentos podem fazer o bebê nascer com uma marca
parecida com o formato do alimento – Esse é um mito absurdo que ainda se
ouve por aí. Os desejos por determinados alimentos têm origem nas
necessidades do organismo, como o déficit de vitaminas e nutrientes.
“Não há nenhuma relação estabelecida pela ciência entre desejos por
determinados alimentos e marcas físicas nos recém-nascidos. O que pode
haver, por exemplo, é a gestante sentir um desejo acentuado por
alimentos com gordura, por estar com deficiência no consumo ou no
aproveitamento orgânico da gordura que consome”, explica o Dr. Barakat.
3.
Gestantes não devem consumir adoçantes – Adoçantes como o aspartame,
frutose, sucralose e stevia são permitidos durante a gestação, mas com
moderação. “Eles são mais recomendados para mulheres diabéticas ou que
corram risco de desenvolver diabetes durante a gestação”, diz o
nutrólogo.
4. Gestantes não podem beber chás –
“De uma forma geral, os chás não são proibidos para gestantes, mas é
preciso se atentar às versões contraindicadas”, alerta o Dr. Barakat.
Entre os chás contraindicados para gestantes estão o de canela, que pode
provocar constrição sanguínea e contração dos músculos do útero, e
ervas que contêm altas doses de cafeína ou que aceleram o metabolismo,
como os chás mate, preto, verde e branco. Segundo o nutrólogo, as
gestantes podem optar pelos chás tradicionais, como os de erva-doce e
camomila, pois contêm propriedades calmantes e que podem aliviar dores
leves. “Ainda assim é importante que a gestante consulte seu obstetra
para avaliar a segurança de determinadas plantas ou ervas”, ressalta o
especialista.
5. Comer canjica ajuda na
amamentação – O aumento ou diminuição da produção de leite não possui
relação com a ingestão de determinados alimentos. “O que aumenta ou
diminuí o fluxo de leite materno é a sucção regular do bebê, ou seja,
quanto mais amamentar, mais leite será produzido”, explica o Dr.
Barakat.
Fonte: Uol
Nenhum comentário:
Postar um comentário