segunda-feira, 29 de julho de 2013

Síndrome de Burnout: estresse no trabalho causa doença, previna-se


A Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso, definido por Herbert J. Freudenberger como "um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional".
A dedicação exagerada à atividade profissional é uma característica marcante de Burnout, mas não a única. O desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é outra fase importante da síndrome: o portador de Burnout mede a auto-estima pela capacidade de realização e sucesso profissional. O que tem início com satisfação e prazer, termina quando esse desempenho não é reconhecido. Nesse estágio, necessidade de se afirmar, o desejo de realização profissional se transforma em obstinação e compulsão.
Com a chegada do segundo semestre do ano, a pressão no trabalho tende a aumentar: cobrança sobre as metas, relatórios finais, balanço do semestre, reestruturações e cansaço acumulado dos meses anteriores.
A sobrecarga de tarefas neste período pode levar a uma síndrome conhecida como burnout, uma reação ao estresse crônico provocado pela vida profissional, que causa esgotamento emocional e físico e pode levar a depressão, baixa autoestima, agressividade e a uma série de doenças.
Os sintomas são variados: fortes dores de cabeça, tonturas, tremores, muita falta de ar, oscilações de humor, distúrbios do sono, dificuldade de concentração, problemas digestivos. Segundo Dr. Jürgen Staedt, diretor da clínica de psiquiatria e psicoterapia do complexo hospitalar Vivantes, em Berlim, parte dos pacientes que o procuram com depressão são diagnosticados com a síndrome do esgotamento profissional.
O professor de psicologia do comportamento Manfred Schedlowski, do Instituto Superior de Tecnologia de Zurique (ETH), registra o crescimento de ocorrência de "Burnout" em ambientes profissionais, apesar da dificuldade de diferenciar a síndrome de outros males, pois ela se manifesta de forma muito variada: "Uma pessoa apresenta dores estomacais crônicas, outra reage com sinais depressivos; a terceira desenvolve um transtorno de ansiedade de forma explícita", e acrescenta que já foram descritos mais de 130 sintomas do esgotamento profissional.
Segundo estudos da ISMA-BR - International Stress Management Association - a síndrome de burnout afeta 30% da população economicamente ativa no Brasil.
Mesmo quem não desenvolve um quadro clínico de esgotamento, não escapa de sofrer com estresse relacionado à vida profissional.
De acordo com pesquisa recente do site CareerBuilder, 77% dos profissionais dizem estar às vezes ou quase sempre à beira de uma ataque de nervos em seus empregos. Com o período mais intenso de trabalho se aproximando, especialista indica alternativas para lidar com a situação.
• Necessidade de se afirmar ou provar ser sempre capaz;
•Dedicação intensificada - com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho e a qualquer hora do dia (imediatismo);
• Descaso com as necessidades pessoais - comer, dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido;
• Recalque de conflitos - o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas;
• Reinterpretação dos valores - isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da auto-estima é o trabalho;
• Negação de problemas - nessa fase os outros são completamente desvalorizados, tidos como incapazes ou com desempenho abaixo do seu. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os sinais mais evidentes;
• Recolhimento e aversão a reuniões (anti-socialização);
• Mudanças evidentes de comportamento (dificuldade de aceitar certas brincadeiras com bom senso e bom humor);
• Despersonalização (evitar o diálogo e priorizar e-mails, mensagens, recados etc);
• Vazio interior e sensação de que tudo é complicado, difícil e desgastante;
• Depressão - marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido;
E, finalmente, a síndrome do esgotamento profissional propriamente dita, que corresponde ao colapso físico e mental. Esse estágio é considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica uma urgência.

Veja dez dicas para reduzir o estresse no trabalho e aumentar a qualidade de vida.

1. A tecnologia pode te ajudar
Uma tecnologia desenvolvida por pesquisadores brasileiros demonstra resultados comprovados na redução do estresse. Apresentado no Congresso ISMA - em 2013, o equipamento de biofeedback cardiovascular chamado cardioEmotion – que utiliza jogos de computador para medir e regular o estresse – foi testado em profissionais de uma mesma empresa em São Paulo. Após três meses de estudo, com treinos diários de 10 a 20 minutos, a prática demonstrou aumento na estabilidade emocional entre os profissionais em 96%, redução de estresse emocional de 44%, melhora nos relacionamentos pessoais e profissionais em 40%. “Estudos mostram que o uso do cardioEmotion é um valioso instrumento complementar-integrativo para redução de estresse e da ansiedade, melhorando a vida profissional e tornando o ambiente corporativo mais agradável”, explica Marco Coghi, pesquisador do NPT – incubada do CIETC - Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia da USP e desenvolvedor da tecnologia.
2. Gerenciamento de tempo
Organizar o tempo ajuda a aliviar as tensões do dia a dia. Planeje tarefas e horários, mas deixe espaço para urgências e pausas durante o expediente. Há uma série de ferramentas de gerenciamento de tempo disponíveis que podem ajudar, como a técnica Pomodoro.
3. Tenha momentos de prazer
Saia com amigos, vá ao cinema e invista em atividades prazerosas, como um passeio, um curso, um hobby.
4. Exercitar é preciso
A prática regular de atividade física é fundamental para manter uma vida em equilíbrio.
5. Alguns alimentos ajudam
Alguns nutrientes auxiliam a busca por equilíbrio, como as frutas vermelhas, que protegem o cérebro de radicais livres; cereais integrais, que deixam o sistema nervoso mais saudável, nozes, linhaça, sementes de chia e folhas verdes, que melhoram as atividades cognitivas.
6. Trabalhe com o que você gosta
Busque áreas em que você tenha mais satisfação em trabalhar, mas não se iluda: todo trabalho possui tarefas enfadonhas. O importante é dar o melhor de si e saber seus limites.
7. Relaxe
Atividades como yoga e meditação ajudam a ter uma vida mais equilibrada.
8. Durma bem
Dormir pouco prejudica o aprendizado, a memória, o julgamento e a resolução de problemas. O corpo precisa de sono suficiente para manter a mente saudável.
9. Saia de casa
Praticar atividades ao ar livre e ter mais contato com a natureza são ótimos aliados para uma vida mais feliz.
10. Procure ajuda profissional
Se o estresse está crônico e afetando sua vida, não hesite em buscar uma ajuda profissional.
Fonte: Uol

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