Levante a mão quem não está com parcelas a perder de vista no cartão de crédito ou, pior, já não conseguiu pagar a fatura do último mês. Saiba que a vida está dura não só para você: os níveis de endividamento e inadimplência dos brasileiros estão entre as principais preocupações do governo e, claro, dos bancos.
O percentual de famílias brasileiras endividadas aumentou de 63% para 65,2% em julho ante junho, mostrou pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio). Já o nível de inadimplência, apesar de ter caído um pouquinho, de 20,3% para 22,4%, ainda preocupa. Dados do Banco Central que medem a situação financeira apenas das pessoas físicas mostrou que o volume de dívidas em atraso de mais de 90 dias representava 8% do crédito em maio, a maior taxa desde 2009.
Esse é o lado negativo do crédito fácil, que, aliás, nunca esteve tão fácil no Brasil. E o motivo desse lado estar cada vez mais evidente é um só: falta de planejamento financeiro.
Com esse friozinho, quem aí não está com vontade de comprar uma bota ou um casaco novo? A mulherada que deu uma passadinha no shopping nos últimos dias já viu que as lojas anteciparam as promoções. Tudo com desconto, que chega até a 50% do preço original.
Mas aqui, a dica é clara: pare! Nada de compras por impulso, especialmente se você já estiver com o orçamento dos próximos meses comprometido com parcelas e mais ainda se estiver com dívidas atrasadas. Hoje, vou trazer algumas dicas justamente para quem já está com o nome sujo. E o passo número um para resolver essa situação é, sem dúvida alguma, parar de gastar. Confira os próximos:
1. Meu nome já está sujo?
No começo do ano, a Boa Vista, que é a administradora do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), disponibilizou, finalmente, a consulta gratuita à situação dos nossos CPFs. Isso significa que agora podemos checar se o nosso nome está sujo e por quê.
Essa é uma ótima forma de começar a se reorganizar de maneira segura. Somente em fevereiro, primeiro mês de funcionamento do serviço, mais de 2 milhões de consumidores consultaram a situação de seus CPFs. Agora é a sua vez! Clique aqui e cadastre-se.
2. Eu devo quanto e para quem?
O segundo passo para administrar as dívidas fora de controle é saber exatamente o tamanho da bola de neve. Além de consultar esse portal, vale entrar em contato com todos os credores e solicitar o valor real da dívida, ou seja, o quanto você precisaria desembolsar hoje para quitá-la à vista.
3. Cuidado na hora da renegociação!
Com os números em mãos, você terá uma ideia clara (e real) da sua situação financeira. Aí é hora de começar a renegociação. Os principais bancos e instituições financeiras possuem áreas especializadas no atendimento de clientes com débitos em atraso e a maioria também já tem, inclusive, uma proposta na ponta da língua para o refinanciamento da sua dívida.
A dica aqui é: cuidado! Antes de fechar qualquer acordo, pergunte sempre a taxa de juros aplicada e faça as contas do valor total da dívida (multiplique o número de parcelas pelo valor que eles lhe informaram). Muitas vezes, o "novo" valor é mais caro do que a dívida atual.
4. Você não é obrigada a aceitar a primeira proposta. Faça uma contraproposta condizente à sua situação financeira!
Não tenha medo de fazer uma contraproposta que se encaixe no seu orçamento (a Calculadora do Cidadão pode ajudar nas contas) e seja paciente! A instituição financeira pode não aceitar suas condições em um primeiro momento. Coloque-se à disposição para novas negociações futuras, mas não ceda a uma proposta que não vá resolver sua situação, ou seja, que leve você a interromper novamente o pagamento daqui a alguns meses.
5. Peça ajuda a quem entende do assunto.
Outra dica é procurar algumas empresas especializadas na renegociação de dívidas com credores. AProteste, a Quitei e a Acordo Certo possuem canais de comunicação diretos com várias empresas e instituições financeiras e podem ajudar se você estiver com dificuldades na aproximação de seus credores.
E para quem estiver cansado de ficar esperando no telefone a transferência para a área de apresentação de contraproposta (sim, normalmente, a área da proposta que eles têm para você é uma e a de contraproposta é outra, especialmente em bancos), vale manifestar-se também por carta. Olhem só um modelo bacana disponibilizado pela Câmara dos Deputados.
6. Dever não é crime!
Nunca esqueçam que dever não é crime! Não estou pregando aqui a irresponsabilidade: se você se endividou, tem que pagar. Mas é importante estamos alertas para os juros abusivos aos quais acabamos nos sujeitando por aí. Não tenha pressa! Com paciência e determinação, você vai chegar lá!
E, enquanto isso, a dica é já ir incorporando na marra o hábito saudável de gastar só o quanto se ganha, ou seja, cortar despesas, colocar metas de gastos e começar a pagar tudo à vista.
Outra dica bacana é, mesmo que você ainda não tenha conseguido fechar um acordo, já começar a poupar o valor da parcela que você pretende pagar. Na hora da renegociação, o valor que você tiver à vista será fundamental para reduzir os juros e o número de parcelas.
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