terça-feira, 28 de agosto de 2012

Cheque especial sai até 50% mais caro que empréstimo.

Utilização por 30 dias pode render juros de até 9,91% ao mês.
O consumidor deve buscar a modalidade mais vantajosa na hora de pegar dinheiro emprestado: a diferença entre a taxa do empréstimo no banco e a do cheque especial pode chegar a 49,6%, como aponta a última pesquisa realizada pela Fundação Procon-SP.
A diferença foi verificada neste mês entre o maior valor cobrado por um empréstimo e a taxa de cheque especial mais cara. No quadro abaixo, saiba quanto pagar por modalidade de crédito de acordo com a instituição financeira.
No caso de um empréstimo contratado para 12 meses, o maior juro mensal apurado foi de 6,62%, no Itaú-Unibanco. E no caso do cheque especial, para utilização em 30 dias, a taxa mais alta foi encontrada no banco Santander, de 9,91%. 

Se o crédito contratado vier na forma de empréstimo, os clientes da Caixa Econômica Federal têm mais vantagem: a taxa mensal é de 3,88%.
A instituição financeira é também a responsável por cobrar os menores juros na utilização do cheque especial: 4,27% ao mês.
As taxas praticadas atualmente são resultado da política de derrubada dos juros iniciada em maio, quando os principais bancos de varejo reduziram os valores cobrados para incentivar a contratação de crédito.
Isso foi possível porque a taxa básica de juros (Selic), definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária) tem sofrido reduções consecutivas e chegou ao menor patamar da história, de 8% ao ano.
Porém, a Fundação Procon-SP ressalta que essas reduções ainda têm pouco impacto no bolso do consumidor. A recomendação, portanto, é manter a cautela.
— O consumidor deve evitar novos empréstimos, especialmente na modalidade cheque especial, que é o que vem apresentando as maiores taxas. O momento é ideal para priorizar o acerto de débitos e evitar o acúmulo de dívidas.
Todas as taxas apuradas correspondem aos valores máximos para clientes não-preferenciais; ou seja, vale conversar com o gerente do banco para conseguir juros mais baixos.
Outro lado
Segundo informou a Caixa Econômica Federal, o banco, responsável pelas taxas mais baixas dentre as instituições pesquisadas, está sempre buscando repassar aos clientes as melhores condições.
Já o Banco do Brasil informa que “avalia permanentemente as taxas de juros e o cenário”.
O HSBC pondera, também por meio da assessoria, que atribui as taxas em função do relacionamento que o cliente possui com o banco. Os juros publicados são tidos como referência e variam de acordo com a evolução do mercado financeiro.
O relacionamento com o cliente é também o critério para definição das taxas no Bradesco, conforme informação da assessoria.
Os demais bancos — Itaú-Unibanco, Safra e Santander — não comentaram o assunto até a publicação desta reportagem.
Nova taxa básica de juros
Na próxima quarta-feira (29), o Copom irá decidir a nova taxa básica de juros (Selic), atualmente em 8% ao ano.
A Selic é um instrumento do governo para segurar a oferta de crédito de bancos, financeiras e das próprias lojas, ou seja, para estimular ou frear o consumo e, assim, controlar o avanço natural dos preços.
Quando a taxa básica sobe, o dinheiro fica mais caro e a população pega menos empréstimos — para comprar desde casas, carros e eletrodomésticos até contratar serviços, entre outros. Assim, a escalada da inflação diminui.

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