O
país chega ao seu Dia Nacional de Combate ao Colesterol com uma triste
marca: a cada ano são 320 mil mortes registradas por causas
cardiovasculares. Os dados são da Sociedade Brasileira de Cardiologia
(SBC), que promove hoje, em todas as unidades básicas de saúde das
capitais do país, aferição de pressão, distribuição de folhetos e exames
de glicemia, colesterol e triglicérides, além de orientações à
população. Segundo as contas da entidade, 32% dos óbitos no Brasil todo
ano ocorrem devido ao problema.
De acordo com o Ministério da
Saúde, 30% da população tem uma alta dose de colesterol. A SBC informa
que são cerca de 77 milhões de pessoas com dislipidemia (a alta
incidência da substância no sangue). Para o diretor de Promoção de Saúde
Cardiovascular da SBC, Carlos Alberto Machado, é preciso conscientizar a
população da importância de exames frequentes para verificar as taxas
de colesterol no organismo.
— Aqueles que comprovem níveis de
colesterol total acima de 200 mg/dl, ou então LDL (colesterol ruim)
acima de 100 mg/dl e HDL (colesterol bom) abaixo de 40 mg/dl, são um
sinal de alerta de que, a médio prazo, podem ocorrer problemas de saúde.
Nosso objetivo é mudar o enfoque da saúde, de curativo para preventivo —
diz Machado.
Segundo a cartilha a ser distribuída hoje pela SBC, o
consumo de duas colheres de azeite de oliva por dia na salada, um copo
de leite ou de iogurte (mesmo para adultos), um tomate, suco de uva e
aveia ou soja ajudam a reduzir os índices de colesterol e propiciam uma
vida mais saudável. Segundo recomendações da Organização Mundial da
Saúde (OMS), a ingestão diária da substância deve ser inferior a 300mg
para a população em geral e menor que 200mg para pessoas com histórico
de doenças cardiovasculares.
— Os casos mostram que 75% dos
derrames são causados pela obstrução das artérias do pescoço por placas
de colesterol. Outra consequência do acúmulo da substância é a formação
de aneurismas. As artérias dilatam e podem se romper, causando
hemorragias, muitas vezes fatais — afirma o angiologista e cirurgião
vascular Eduardo Fávero, membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da
equipe de cirurgia vascular do Hospital da Lagoa.
Um levantamento
realizado pelo Ambulatório de Nutrição Clínica do Instituto Dante
Pazzanese, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, faz um
alerta aos pais: cerca de 30% das crianças e adolescentes com histórico
familiar de cardiopatias têm colesterol total elevado. O estudo também
mostrou que, do total de 100 jovens avaliados na unidade, com idades
entre 5 e 17 anos, 8% apresentavam uma quantidade de LDL aumentado,
enquanto 45% apresentavam uma quantidade de HDL abaixo do necessário.
—
O aumento do colesterol ruim e a diminuição do colesterol bom é uma das
causas de doenças cardiovasculares. Por isso, a conscientização sobre a
importância de uma alimentação adequada na infância é fundamental para
um crescimento saudável — argumenta Cristiane Kovacs, nutricionista do
Hospital Estadual Dante Pazzanese.
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