Cresceu o número de famílias com dívidas a pagar, na passagem de
julho para agosto, segundo a pesquisa "Endividamento e Inadimplência do
Consumidor", realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). A
alta de 59,8%, a maior em 2012, foi a terceira consecutiva registrada
pela pesquisa. Declararam estar com dívidas em atraso 21,3% dos
entrevistados, um leve avanço ante o mês anterior (21%). Contudo, caiu o
número de famílias que informaram não ter condições de pagar suas
dívidas, de 7,3% em julho para 7,1% em agosto.
"O porcentual de
famílias que relataram ter dívidas entre cheque pré-datado, cartão de
crédito, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguros
aumentou em agosto de 2012. Entretanto, o número de famílias
endividadas continua em patamar inferior ao observado no mesmo período
de 2011, quando 62,5% haviam declarado ter dívidas", informou a CNC, em
nota oficial. A confederação afirma que as medidas do governo de
estímulo ao crédito e à aquisição de bens duráveis continuam exercendo
impacto sobre o orçamento doméstico.
O cartão de crédito foi
apontado como um dos principais instrumentos de prorrogação de
pagamentos por 73,2% das famílias que afirmaram ter dívidas. Em seguida,
vieram os carnês, com 18,9% do total, e o financiamento do carro, com
12,4%.
O endividamento é maior entre as famílias inseridas na
faixa de renda inferior a dez salários mínimos, com índice de 61,1%,
ante 58,6% registrados em julho. Já entre as que possuem renda superior a
dez salários mínimos, a taxa passou de 50,5% em julho para 53,6% em
agosto.
O aumento do porcentual de famílias com contas ou dívidas
em atraso entre os meses de julho e agosto ocorreu apenas na menor
faixa de renda. Para este grupo de consumidores, a taxa passou de 22,4%
em julho para 23,7% em agosto.
Também foi o grupo de menor faixa
de renda que afirmou ter menos chances de pagar as contas em atraso. O
indicador passou de 8% em julho para 8,4% no mês seguinte.
A
pesquisa da CNC revela ainda que o tempo médio de atraso no pagamento
das contas foi de 58,4 dias em agosto. O porcentual médio de
comprometimento com dívidas de até três meses foi de 27,3% e, de até um
ano, de 27,2%. Em agosto, a parcela média da renda das famílias
comprometida com dívidas foi de 29,6%, dos quais 17,4% correspondentes a
dívidas que tomam mais da metade do orçamento doméstico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário