Revendas chegaram a ficar dez dias sem nenhum veículo para venda imediata.
O
objetivo oficial da redução do IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados) para carros, prorrogada até outubro, foi incentivar a
indústria automotiva, que é responsável por quase 20% do PIB nacional.
Contudo, a alta demanda associada a fábricas sobrecarregadas provocou o
esvaziamento do estoque das concessionárias. Com isso, alguns modelos,
como o Fiat Grand Siena, têm fila de espera de até quatro meses — prazo que acaba por anular os benefícios do IPI reduzido, previsto para durar somente mais 60 dias.
Um levantamento feito em concessionárias de todo o país apontou que boa parte dos modelos beneficiados pela medida não é mais encontrada para pronta-entrega, chegando a casos extremos, como o relatado por um lojista da Honda, que não quis se identificar.
— Em agosto, ficamos dez dias sem nenhum carro no estoque, podendo vender só por encomenda.
A elevada procura foi na contramão da produção industrial, que caiu 8,5% entre janeiro e julho deste ano em relação ao mesmo período de 2011, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). E as inúmeras filas de espera por todo o País não devem mudar esse cenário até o final do ano, como explica Milad Kalume, gerente de atendimento da consultoria especializada Jato Dynamics do Brasil.
— A redução do IPI foi muito mais política do que econômica. No início do ano, as fábricas enfrentavam estoques que superavam os 40 dias, muito acima dos 23 dias considerados saudáveis pelas montadoras. Com o incentivo, as empresas conseguiram esvaziar seus pátios, chegando a um estoque médio de 27 dias, mas a produção não cresceu.
Se, por um lado, a falta de produto pode prejudicar as vendas de algumas montadoras, ela não deverá se refletir nos números totais de emplacamentos. O motivo, segundo Milad, é a baixa fidelidade do consumidor brasileiro.
— Se ele o consumidor não estiver disposto a esperar pelo carro que mas lhe interessa, irá comprar um modelo equivalente na concorrência que estiver com disponibilidade maior.
No entanto, a regra não se aplica a lançamentos, que amarguram espera de até 45 dias, caso do Chevrolet Spin e do Renault Sandero Rip Curl. Questionado, um vendedor de uma concessionária Chevrolet em Porto Alegre (RS) não se mostrou muito entusiasmado com as próximas semanas.
— Spin, Cobalt 1.8, Cruze Sport6, não temos nenhum deles no estoque. Até o Classic 2013 (que conta com air bag duplo e ABS como opcionais), que começou a chegar agora, já tem fila de espera.
Os poucos modelos disponíveis nas concessionárias são resultados de combinações pouco atrativas, como um novo Classic equipado com air bag duplo, mas sem ar-condicionado.
Para Milad, o cenário de longas fila de espera deve continuar nos próximos meses, sendo atenuado apenas com o retorno do IPI mais alto.
— Quem quiser comprar um carro para se aproveitar do IPI baixo deve procurá-lo o quanto antes. Porém, caso a fila de espera seja muito grande, é possível que ele não consiga mais se beneficiar do imposto reduzido.
Um levantamento feito em concessionárias de todo o país apontou que boa parte dos modelos beneficiados pela medida não é mais encontrada para pronta-entrega, chegando a casos extremos, como o relatado por um lojista da Honda, que não quis se identificar.
— Em agosto, ficamos dez dias sem nenhum carro no estoque, podendo vender só por encomenda.
A elevada procura foi na contramão da produção industrial, que caiu 8,5% entre janeiro e julho deste ano em relação ao mesmo período de 2011, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). E as inúmeras filas de espera por todo o País não devem mudar esse cenário até o final do ano, como explica Milad Kalume, gerente de atendimento da consultoria especializada Jato Dynamics do Brasil.
— A redução do IPI foi muito mais política do que econômica. No início do ano, as fábricas enfrentavam estoques que superavam os 40 dias, muito acima dos 23 dias considerados saudáveis pelas montadoras. Com o incentivo, as empresas conseguiram esvaziar seus pátios, chegando a um estoque médio de 27 dias, mas a produção não cresceu.
Se, por um lado, a falta de produto pode prejudicar as vendas de algumas montadoras, ela não deverá se refletir nos números totais de emplacamentos. O motivo, segundo Milad, é a baixa fidelidade do consumidor brasileiro.
— Se ele o consumidor não estiver disposto a esperar pelo carro que mas lhe interessa, irá comprar um modelo equivalente na concorrência que estiver com disponibilidade maior.
No entanto, a regra não se aplica a lançamentos, que amarguram espera de até 45 dias, caso do Chevrolet Spin e do Renault Sandero Rip Curl. Questionado, um vendedor de uma concessionária Chevrolet em Porto Alegre (RS) não se mostrou muito entusiasmado com as próximas semanas.
— Spin, Cobalt 1.8, Cruze Sport6, não temos nenhum deles no estoque. Até o Classic 2013 (que conta com air bag duplo e ABS como opcionais), que começou a chegar agora, já tem fila de espera.
Os poucos modelos disponíveis nas concessionárias são resultados de combinações pouco atrativas, como um novo Classic equipado com air bag duplo, mas sem ar-condicionado.
Para Milad, o cenário de longas fila de espera deve continuar nos próximos meses, sendo atenuado apenas com o retorno do IPI mais alto.
— Quem quiser comprar um carro para se aproveitar do IPI baixo deve procurá-lo o quanto antes. Porém, caso a fila de espera seja muito grande, é possível que ele não consiga mais se beneficiar do imposto reduzido.
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