quinta-feira, 23 de julho de 2015

Comprimido para combater criadouros da dengue aguarda aprovação da Anvisa

Mosquito da dengue, Aedes aegypti
Após anos de pesquisa, um composto desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), destinado a combater o mosquito da dengue está pronto para ser colocado no mercado pela BR3, empresa associada ao Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec). Para que isso ocorra, é necessária a aprovação do comprimido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O modelo tecnológico que permitiu a criação do comprimido foi desenvolvido pela pesquisadora Elisabeth Sanchez, da Fiocruz. A drágea contém um microorganismo chamado Bacillus thuringiensis israelensis (Bti) que, quando ingerido pelas larvas do mosquito transmissor da doença, impede sua proliferação. O composto, colocado em um recipiente com água, inviabiliza o criadouro do mosquito por um período de 60 dias.
“O comprimido se dissolve e libera microorganismos que intoxicam a larva do mosquito da dengue”, explicou Rodrigo Perez, diretor da BR3, em entrevista à Agência Brasil. A substância, segundo ele, poderia até ser usada em água potável, mas isso ainda depende de aprovação da Anvisa. “Esse bacilo, segundo a OMS [Organização Mundial da Saúde], não é perigoso a humanos”, disse o diretor da empresa.
“O microorganismo é inofensivo ao homem e não deixa o mosquito mais resistente. Com inseticidas, os [mosquitos] ficam mais resistentes. Por conta disso e pela segurança que esse produto oferece, o [comprimido] poderá ser vendido em supermercados”, disse Perez.
O preço estimado do produto, na fase inicial, é R$ 30 por dez doses. “Cada dose pode ser usadas para tratar 50 litros de água que já tenha a larva. Um comprimido em 50 litros de água provoca a morte da larva em até 24 horas. E isso dura pelo menos 60 dias.”
A expectativa é que, em até um ano, o produto esteja disponível no mercado. Mas, antes disso, o produto já estará disponível para prefeituras ou governos.
Como ainda não existe vacina para evitar a doença, a saída encontrada pelos governos é combater os focos de proliferação do mosquito, principalmente em águas paradas. “Hoje fazemos o controle físico, que é cobrir ou tampar as caixas de água. E isso não é fácil. O vaso sanitário, o ralo do banheiro, o vasinho de flor, você não vai eliminar”, afirmou Perez.
Fonte: Agência Brasil

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