Impulsionados pela facilidade de acesso ao crédito, os idosos representam hoje a parcela da população que tem mais consumidores se tornando inadimplentes. Segundo estudo da Serasa Experian, a fatia de inadimplentes acima dos 61 anos apresentou o maior crescimento em maio de 2015 em relação a maio de 2014, subindo de 11,8% para 12,2%.
Além deste, apenas o grupo representado por pessoas entre 36 e 40 anos também teve aumento da fatia de inadimplentes, porém, menos representativo, saindo de 12,2% para 12,5%.
Segundo o economistas da Serasa Experian, Luiz Rabi, o crescimento do volume de crédito consignado concedido de 2014 para 2015 é um dos fatores que impulsionaram o aumento da fatia de inadimplentes com 61 anos ou mais.
“Como este tipo de crédito oferece menos risco ao banco, há mais facilidade de concessão com relação a outras linhas de crédito. Por isso, em momentos de alta da inflação e aumento do desemprego, muitas famílias recorrem a empréstimos como este”, explica.
Em junho, a quantidade total de consumidores que buscou crédito apresentou recuo de 2,3%, em comparação com o mês anterior, segundo a Serasa Experian. Por outro lado, na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 10,1%. No acumulado do ano de 2015 contra 2014, a procura do consumidor por crédito também cresceu 4,8%.
“Quanto mais os pais dão aos filhos adultos que, teoricamente, não deveriam depender mais de ajuda, menos conseguem ter para si”, alerta Julio Leandro, superintendente do Serasa Consumidor.
Acompanhando o aumento da inadimplência, o indicador de recuperação de crédito do consumidor — que mede o pagamento de dívidas obtido a partir da quantidade de exclusões dos registros de inadimplência— apontou queda de 2,5% na comparação acumulada em 12 meses, segundo Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Na análise de junho de 2015 contra junho de 2014 houve uma alta de 0,7%.
De acordo com economistas da instituição, com a capacidade de pagamentos dos consumidores reduzida, a recuperação de crédito dificilmente retornará a um patamar positivo em 2015, fechando o ano com provável queda de 2% na comparação com o ano anterior.
Fonte: Brasil Econômico
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