Com
a crise econômica, as montadoras de veículos têm sofrido com a queda
nas vendas e os carros parados nos pátios. Porém, os consumidores também
sofrem para pagar os carros comprados em várias prestações.
Segundo
reportagem do jornal Folha de S. Paulo, as empresas que atuam na
recuperação de crédito estão reduzindo os prazos para cobrar
consumidores em atraso e estão aumentando em até 28% a retomada de
veículos por inadimplência. Tanto que na Paschoalotto, uma das maiores
da área, só no primeiro semestre de 2015 foram retomados 6.034 veículos,
alta de 20%.
"Não só por meio da
Justiça. O número de clientes que entregaram os veículos
espontaneamente, porque sabiam que não teriam como quitar o
financiamento, também aumentou 20% no período", explica Eric Garmes de
Oliveira, vice-presidente da empresa. "É um sinal forte da crise,
porque, mesmo após pagarem entrada e uma ou duas parcelas, entregaram o
carro, após serem cobrados por telefone e e-mail".
Essa
dificuldade se relaciona com outro fator que revela a crise que a
economia está vivendo: o aumento do desemprego. "O consumidor também
está fazendo um ajuste. Se ele perde o emprego e tem renda menor,
prioriza o que vai conseguir pagar", diz ao jornal o economista-chefe da
Acrefi, que reúne instituições de crédito e financeiras, Nicola Tingas.
Ainda
de acordo com a Folha, o tempo para cobrar os devedores com atrasos
menores caiu de 30 para 5 dias, segundo as empresas da área. Porém, esse
é um momento em que os consumidores podem renegociar a dívida e, assim,
manter as contas em dia e o veículo na garagem.
A
reportagem da Folha falou com Claudio Kawasaki, presidente da Siscom.
"Ele tem uma abertura maior para renegociar. Cada contrato é analisado
individualmente, mas temos notado que, na faixa de inadimplência acima
de 90 dias, as renegociações trazem juros menores e parcelas maiores",
avalia.
Antes de entregar o veículo, a
reportagem da Folha analisa que o melhor é analisar juros, multas e
taxas do contrato e verificar a possibilidade de renegociar as dívidas
para evitar perder o valor já pago. "Os bancos e as financeiras têm
muito mais interesse em renegociar a dívida do que receber de volta o
carro já usado e desvalorizado. Há espaço para negociar", afirma ao
jornal Renata Reis, coordenadora de atendimento da Fundação Procon SP.
A
especialista ainda explica que os inadimplentes têm de ter seus
direitos respeitados. "Não podem ser constrangidos no trabalho. Não dá
para ligar para o chefe e falar que o funcionário é caloteiro ou revelar
o valor da dívida".
Fonte: MSN
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