Mesmo
com os altos índices de endividamento e inadimplência, o brasileiro não
parou de consumir. Segundo um levantamento nacional do Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e do portal de educação financeira Meu
Bolso Feliz, mais da metade dos consumidores, o equivalente a 53%,
admitem ter realizado pelo menos uma compra por impulso nos últimos três
meses.
Quando perguntados sobre os produtos que menos resistiram e
acabaram comprando mesmo sem haver necessidade, o item mais citado são
as roupas, somando 24%, seguidos pelos calçados, com 12%, CDs e DVDs,
com 7%, smartphones, com 7%, e livros, atingindo 6%.
Já entre as
motivações que mais levam os consumidores a fazer uma compra sem
planejamento prévio, o levantamento aponta que a principal delas é a
promoção, atingindo 51% dos casos. Também foram mencionados outros
estímulos como a atratividade do preço, com 31%, as características do
produto, como funcionalidade e beleza (6%) e a facilidade de pagamento
(4%).
Para os economistas do SPC Brasil, as compras por impulso
são um dos principais responsáveis pela falta de controle orçamentário e
um impeditivo para que os consumidores tenham uma reserva financeira
para lidar com imprevistos .
“Um dos problemas associados ao
comportamento impulsivo é o risco de endividamento em excesso. Quando as
dívidas vão se acumulando e comprometem o dinheiro destinado aos gastos
imprescindíveis, como despesas da casa e contas de primeira
necessidade, é hora de o consumidor procurar ajuda para regularizar os
atrasos porque ele pode cair na inadimplência”, afirma o educador
financeiro do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli.
Os locais em
que as compras impulsivas mais ocorrem são os supermercados, em 30% dos
casos, seguido por shopping centers, com 20%, e as lojas virtuais, com
17%. “Atualmente, os supermercados oferecem em suas gôndolas produtos
que vão além dos itens básicos como alimentação, higiene e limpeza da
casa. As grandes redes de supermercados investem cada vez mais para
despertar o desejo de consumo”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil,
Marcela Kawauti.
O estudo mostra ainda que na visão dos
consumidores entrevistados, as lojas de departamento, com 28%, e os
sites na internet, com 22%, são as que mais facilitam o acesso ao
crédito, estimulando, consequentemente, as compras de itens não
considerados tão necessários.
Cresce número de jovens com dívidas
De acordo com pesquisa realizada pelo Departamento de Economia da Universidade Ohio State, nos Estados Unidos, cada vez mais cresce o número de jovens com problemas financeiros, adquiridos muitas vezes antes mesmo de eles concluírem o curso universitário. A pesquisa vai ao encontro dos estudos realizados no Brasil. Segundo levantamento do Grupo Cercred, cerca de 6,85% dos jovens do país, entre 20 e 30 anos, são inadimplentes.
De acordo com pesquisa realizada pelo Departamento de Economia da Universidade Ohio State, nos Estados Unidos, cada vez mais cresce o número de jovens com problemas financeiros, adquiridos muitas vezes antes mesmo de eles concluírem o curso universitário. A pesquisa vai ao encontro dos estudos realizados no Brasil. Segundo levantamento do Grupo Cercred, cerca de 6,85% dos jovens do país, entre 20 e 30 anos, são inadimplentes.
Já levantamento do SPC Brasil sobre consumo
consciente aponta que os mais jovens são os que menos adotam práticas
adequadas de consumo, somando um total de 64,5% entre o universo de
consumidores com idade que vai de 18 a 29 anos. Quando comparado ao
geral, a maior concentração de entrevistados na categoria dos “nada ou
pouco conscientes”, é encontrada, justamente na faixa de 18 a 29 anos:
46,3% contra somente 31,2% do total da população.
Fonte: Brasil Econômico
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